Os grandes cinemas projetados pelo arquiteto Rino Levi


Cine Ufa-Palácio


Endereço: Av. São João, 407 e 419 - Centro
Primeiro de uma série de cinemas projetados por Levi. A lotação total da sala, incluindo o balcão, era de 3119 lugares. Por aí se pode ter uma idéia das dificuldades de solução dos problemas de excesso de público, visibilidade e acústica. Projetado em 1936, o Ufa-Palácio tinha sua forma resultante da aplicação de modernos cálculos de acústica em projetos de salas de espetáculos. Além do rigoroso cálculo do volume, em função do tempo de reverberação desejado, a forma parabolóide das paredes, piso e forro, foram definidos para permitir a melhor distribuição das ondas sonoras. Na sala de exibições, as linhas de iluminação indiretas encaminhavam o olhar para a tela, não restando nenhuma outra atração nas superfícies internas que pudessem competir com o espetáculo. O cuidado com que, todos esses itens foram examinados, resultou no perfeito funcionamento, desta que foi uma grande casa de espetáculos.





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Cine Ipiranga



Endereço: Av. Ipiranga, 786 - Centro
O cinema e o hotel, que funcionavam no mesmo edifício, foram projetados, em 1941, por Levi. O hotel tinha cerca de 200 apartamentos. Dada a grande lotação proposta para o cinema (1936 lugares), a solução encontrada foi localizá-lo em nível superior à rua, ficando no andar térreo, apenas as entradas e as salas de espera. É obvio que essa condição levou a um minucioso estudo da circulação do público e, consequentemente, a um engenhoso esquema de escadarias que atendesse de maneira plenamente satisfatória a uma grande massa de expectadores. Um detalhe curioso, resultante desses estudos, refere-se à iluminação dos acessos: o acesso à sala era feito através de escadas e corredores de luminosidade decrescente. Desta forma, quando o público atingisse a sala, já estava adaptado à luminosidade da projeção. Durante a saída, o processo era inverso. Mais uma vez, os estudos de acústica da sala foram realizados pelo próprio arquiteto, usando em seus cálculos, apenas o volume da sala e alguns materiais absorventes. Devido a problemas arquitetônicos de espaço, este cinema tinha uma característica interessante, a posição da tela era invertida, ficando de costas para a rua.




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Cine Universo


Endereço : Av. Celso Garcia, 378
O cine Universo foi projetado em 1936 e inaugurado, em 1939, pela Empresa Cinematográfica Serrador Ltda. Era localizado no terreno que abrigou o antigo cine Polytheama do Brás e, posteriormente, o Circo Piolim. O cine Universo preservava a função de fornecer diversão para uma enorme massa de espectadores que habitava a região, por isso sua capacidade era de 4324 lugares. No centro do teto da sala de projeções havia uma abertura móvel que permitia a rápida renovação de ar e a eventual visão parcial do céu estrelado durante o espetáculo.


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Arquiteto Rino Levi


Rino Levi nasceu em 1901, de pais italianos, em São Paulo, onde freqüentou as escolas elementar e média. Fazendo seus estudos superiores na Itália, formou-se, em 1926, na Faculdade de Arquitetura de Roma. Ensinou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo e na Universidade Central da Venezuela. Foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (Departamento de São Paulo) e do Instituto Brasileiro de Acústica. Representou o Brasil em diversos países, em numerosos congressos, conferências e exposições de arquitetura. Venceu numerosos concursos. Faleceu em 1965.
“Para Rino Levi, a obra arquitetônica era a resultante de um conjunto de fatores que o levavam a considerar todos os detalhes necessários para que o projeto não fosse apenas uma solução estética, mas uma interação da beleza e da forma aliada à função; no jogo de volumes, a forma e a cor tinham objetivos não só estéticos, mas também sociais e psicológicos”.
Roberto Burle-Marx
Fontes de pesquisa: 
Livros “Rino Levi” – Edizione Di Comunità – Milano Itália – 1974 e "Rino Levi: arquitetura e cidade", de Renato Anelli - Romano Guerra Editora - 2001
Texto atualizado em 14/11/2008

Theatro São Pedro: um tradicional cinema de bairro?

Sim, nos anos 20, o Theatro São Pedro, no bairro da Barra Funda, passa a funcionar mais como cinema, sendo raras as apresentações em seu palco. Em 1924, sua programação aparece nos jornais, em anúncios da Empresa Cinematográfica Reunidas, ao lado dos cinemas Avenida, Pathé, Marconi e Congresso, entre outros. Era o início de sua trajetória como “cinema de bairro”, com programas duplos e com uma freqüência fixa constituída pelos moradores da região, que mantinham o hábito de sempre se dirigir ao mesmo cinema, muitas vezes, sem verificar a que filmes iriam assistir.

___________________ Anúncio do cine São Pedro

Em 1941, o jornal “O Estado de S. Paulo”, na edição de 6 de julho, anunciava a reabertura do São Pedro, com “Platéia mais ampla – Poltronas novas – Som Western Eletric”, já sob controle da Empresa Cinematográfica Serrador, então com absoluta hegemonia no sistema de exibição de São Paulo.
A partir de 1946, o São Pedro ganha um destaque na programação da empresa, com programas duplos (um filme novo e outro que já havia circulado) ou seriados em episódios.
Em 1953, depois de uma avaliação da Comissão de Vistorias em Cinemas da Prefeitura Municipal, os proprietários do cinema são obrigados a realizar reformas, principalmente nos telhados e forros. A reinauguração acontece em 25 de janeiro do ano seguinte, com a exibição de “Candinho”, estralado por Mazzaropi. Com sua programação de filmes duplos, o já histórico Theatro São Pedro resistiria como sala de exibição até 1967. Uma nova fase, retornando a sua origem como teatro, era anunciada pelo jornal “Última Hora”, na edição de 1º de outubro: “Fernando Torres e Maurício Segall reabrirão as portas do Theatro São Pedro no próximo dia 29 de outubro”.
Em 1968, o Teatro passa a ser administrado por Beatriz e Maurício Segall e nesse período se inicia a fase gloriosa do teatro. Assim, pouco mais de meio século depois de sua inauguração, as cortinas do São Pedro voltam a se abrir. Para o início das atividades o prédio foi parcialmente reformado.
Em 1973, o teatro foi sub-locado à Secretaria de Estado da Cultura como sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência do renomado Maestro Eleazar de Carvalho. O Studio continuava abrigando montagens teatrais ainda liderados por Maurício e Beatriz Segall e continuava a ser sub-locado novamente para outros grupos até 1981, quando o prédio foi devolvido a seus proprietários, descendentes de Manoel Fernandes Lopes.
Entre 1968 a 1981, foram montados inúmeros espetáculos, de grande relevância para a história dos palcos nacionais.
Tombamento e desapropriação
O processo de tombamento do Theatro São Pedro, que tramitava desde 1982, culminou em agosto de 1984, quando o então secretário estadual da Cultura, Jorge da Cunha Lima, declarou oficialmente a preservação da histórica casa de espetáculos. Em março de 1987, a partir do decreto de sua desapropriação, o teatro passou para a guarda e a responsabilidade da Secretaria de Estado da Cultura. Mesmo assim, mais de uma década transcorreu antes que ele fosse restaurado e voltasse a abrir suas portas para o público paulistano.
A restauração
Em 1998 o Theatro São Pedro finalmente foi restaurado. Uma reforma meticulosa recuperou suas características arquitetônicas originais que resgatam a memória artística paulistana se constituindo como um dos poucos referenciais da cultura do começo do Século XX que restam em São Paulo. A reforma foi marcada pela recuperação das linhas originais do prédio, conciliando uma moderna infra-estrutura de teatro, totalmente adequada às exigências dos espetáculos atuais.
Sala Inorá de Carvalho
No dia 19 de janeiro de 2002 foi inaugurada, num anexo do teatro, a Sala Dinorá de Carvalho, homenagem à pianista e compositora que, em seus 85 anos de vida, se dedicou ao estudo, à criação e à divulgação da música brasileira. A Sala Dinorá de Carvalho recebeu o piano Steinway que pertenceu à pianista. Foi idealizada para receber recitais e grupos de câmara e tem capacidade para 90 pessoas.
Theatro São Pedro
Rua Barra Funda, 171 - Barra Funda – São Paulo - SP
Tel.: 3667-0499
Acesse o site.
Imagens e textos extraídos do livro “Theatro São Pedro – Resistência e Preservação” (Secretaria de Estado da Cultura) e do site oficial do teatro.

Grandes empresários da exibição cinematográfica: Família Severiano Ribeiro

Família Severiano Ribeiro comemora 90 anos no mercado cinematográfico
A Severiano Ribeiro é uma empresa familiar, que está em sua terceira geração. O primeiro ato desta trajetória cinematográfica aconteceu em Fortaleza, no ano de 1917: Luiz Severiano Ribeiro, fundador do grupo, inaugurou o Majestic, primeiro cinema importante construído na capital cearense. Nestas nove décadas, a empresa passou por diversas etapas, foi do cinema mudo até a tecnologia digital. Atualmente, o grupo possui mais de 200 salas de exibição, espalhadas por 14 cidades. Para comemorar a data, a Editora Record lança dois livros: O Rei do Cinema, de Toninho Vaz, que é uma biografia dos Severianos e Grupo Severiano Ribeiro - 90 Anos de Cinema, um álbum ilustrado que traz muitas fotos e depoimentos. Além disso, junto à marca institucional, o grupo passa a assinar “Evolução é a nossa tradição”.
Histórico - Cronologia
Década de 20 - Luiz Severiano Ribeiro se estabelece no Rio de Janeiro, alugando um palacete de três andares para a sua família. À frente de seu tempo, associa-se à americana Metro, fechando a primeira “joint venture” da história do grupo. No acordo, a companhia fica responsável pelas reformas das casas e pelo fornecimento de filmes, enquanto a empresa brasileira ficava a cargo do arrendamento e administração dos cinemas. A parceria durou quatro anos e foi desfeita em comum acordo. É inaugurado o cine Odeon, no Centro do Rio. E, o Cine Palácio (Cinelândia, RJ) torna-se o primeiro cinema carioca a exibir um filme sonoro.
Década de 30 - Severiano Ribeiro, junto a outros exibidores cariocas, funda o Sindicato Cinematográfico dos Exibidores e é eleito presidente. É inaugurado na Praça Duque de Caxias, hoje Largo do Machado, o cinema São Luiz. Com capacidade para 1.794 espectadores, a sua abertura marcou a história da cidade. A sala foi a primeira a exibir lançamentos fora do centro do Rio, desenhando um novo cenário na geografia do mercado de exibição. Localizado próximo ao Palácio do Catete (residência oficial do então presidente Getúlio Vargas), o cinema foi decorado com todos os requintes a que se tinha direito, misturando a imponência do mármore aos cristais e espelhos tão em voga na época. Já a sala de projeção foi inspirada na do Radio City, de Nova Iorque. O empreendimento consumiu todas as economias de Luiz Severiano Ribeiro, que investiu pesado para erguer um dos mais bonitos palácios cinematográficos do Rio de Janeiro. Em 3 de setembro de 1938, “Bloqueio”, com Henry Fonda, mostra pela primeira vez aos cariocas o que o Roxy (Copacabana/RJ) oferecia. A sala permitia, além da exibição de filmes, a apresentação de espetáculos de variedades. O palco do Roxy possuía duas escadas laterais e um fosso destinado às orquestras.
Década de 40 - O cine Rex (Fortaleza) é reaberto como uma empresa de Luiz Severiano. O filme “O Sabotador”, de Alfred Hitchcock, leva o público ao delírio. Os freqüentadores do local eram chamados de “geração Rex”. O ator José Lewgoy passou por um momento inesquecível no cine São Luiz (RJ), no lançamento de “Carnaval de Fogo”. Desconhecido até então, o ator entrou tranqüilamente para assistir ao filme, mas na saída, teve que ser escoltado pela polícia. Os fãs alvoroçados, mais de mil pessoas, queriam um autógrafo a todo custo.
Década de 50 - O Palácio foi cenário de mais uma evolução da indústria cinematográfica. Nesta década, lançava com exclusividade no Brasil o cinemascope, com o filme “O Manto Sagrado”. Inaugurados os cines São Luiz de Recife, São Luiz de Fortaleza – a obra demorou 20 anos para ser finalizada - e Leblon (RJ). O São Luiz de Fortaleza foi uma homenagem pessoal de Severiano Ribeiro para a cidade. No de Recife, o destaque é um mural do renomado artista Lula Cardoso Ayres no saguão do local. Segunda “joint venture” na trajetória da empresa. A parceria com a Fox Films era para operar dois cinemas: Palácio, no Rio de Janeiro, e Marrocos, em São Paulo (sociedade com Lucídio Seravolo). O roqueiro Bill Halley levou a platéia do Rian (RJ) ao delírio na apresentação do filme “No Balanço das Horas” (Rock Around The Clock). O público assistiu a produção, dançando o rock and roll e transformando o cinema em uma pista de dança.
1953
1956
Década de 60 - O cine Roxy mostra para seus freqüentadores a tela em curva do Cinerama. No São Luiz (RJ), na "avant-premiére" do “O Pagador de Promessas” (vencedor do Festival de Cannes), a platéia ficou emocionada com a chegada do diretor Anselmo Duarte, o elenco do filme, juntos com o produtor Osvaldo Massaini, que carregava a Palma de Ouro. Eles foram recebidos ao som de mais de mil vozes cantando o hino nacional. O cine Majestic, no Ceará, primeiro do grupo, é destruído por um incêndio.
Década de 70 - Dois cinemas de rua passam por reformas e são divididos em duas salas de projeção: Leblon e Palácio (RJ). Falecimento de Luiz Severiano Ribeiro.
Década de 80 - Com as obras de construção do metrô no Rio de Janeiro, o São Luiz acabou sendo fechado e demolido. Logo no ano seguinte, começou a ser construído o edifício São Luiz e o cinema foi reaberto. Começou a migração dos cinemas de rua para dentro dos shoppings centers. Criada a terceira “joint venture”: a Paris-Severiano Ribeiro, com o lançamento do primeiro multiplex brasileiro, com oito salas no Park Shopping, de Brasília.
Década de 90 - O Roxy (RJ) passa por uma reforma e reabre com três salas de exibição. Neste mesmo ano, Luiz Severiano Ribeiro Júnior falece. O grupo e a UCI fecham uma parceria e inauguram os cinemas Recife Shopping (de 10 salas) e o Shoppping Tacaruna (oito salas), formando a quarta “joint venture”.
Anos 2000 - O cine São Luiz (RJ) passa por uma reforma e reabre em janeiro do ano seguinte completamente remodelado: com mais duas salas, totalizando quatro, o Café São Luiz, novas bilheterias e bomboniéres. O grupo estréia em São Paulo com uma nova marca, que passa a dar nome aos seus cinemas equipados com tecnologia de última geração. Lançamento da marca “Kinoplex” no Shopping Parque D. Pedro, em Campinas, em um complexo com 15 salas de projeção. Em seguida, a Severiano Ribeiro abre seu primeiro empreendimento na capital, o Kinoplex Itaim. Inaugura também o Kinoplex Praia da Costa, em Vila Velha (ES) e o cinema no Shopping Iguatemi, de Fortaleza, em parceria com a UCI. Em 2006, a marca “Kinoplex” estréia no Rio de Janeiro: em julho abriu o Kinoplex Nova América, na zona norte; e em dezembro, o Kinoplex Leblon, na zona sul da cidade. No início deste ano, a Severiano Ribeiro abriu UCI Kinoplex, na zona norte do Rio de Janeiro. O cinema é equipado com a tecnologia 3D.
Luiz Severiano Ribeiro – o fundador
_________________________ Luiz Severiano Ribeiro
Com uma vocação comercial incontestável, Luiz Severiano Ribeiro antes de entrar no mercado de cinema, teve uma livraria, um empório em Fortaleza e outro em Recife, além de hotéis, cafés e outros empreendimentos. À frente de seu tempo, em 1914, Ribeiro decidiu criar uma nova empresa nos moldes de uma holding, a fim de centralizar a administração de todos os seus negócios. Seu primeiro contato com a projeção de imagens aconteceu no circo Pery, quando ainda era jovem. A partir de 1908, quando foi inaugurado o primeiro cinema fixo de Fortaleza (o Cinematographo Art-Noveau, do italiano Victor Di Maio), passou a acompanhar o ramo de exibição de filmes. Um ano após promover grande reforma no Art-Noveau, sufocado pela forte concorrência, Di Maio deixa o Ceará. Severiano Ribeiro arrenda o local, realizando projeções diárias em horários sincronizados com o Café Riche. Logo em seguida, decide fechar o café e abrir no local um cinema com o mesmo nome. O cine Riche, uma sociedade com o também empresário Alfredo Salgado, é inaugurado em dezembro de 1915. Luiz Severiano Ribeiro não considerou o Riche como seu primeiro cinema. A terrível seca daquele ano, aliado à concorrência acirrada e à oferta precária de filmes deixou o mercado em uma situação difícil. O empresário foi em busca de uma solução e apresentou uma estratégia que considerava a melhor para aquecer o capital de giro das empresas: arrendar os cinemas pelo período mínimo de cinco anos, pagando uma renda fixa aos proprietários, mas com a condição dos demais exibidores não abrirem outro cinema em Fortaleza ou imediações.
Luiz Severiano Ribeiro Junior – a segunda geração
____________________ Juscelino Kubitschek (à esquerda) e Luiz Severiano Ribeiro Junior (à direita)
Ribeiro Júnior estudou Administração em Londres, falava muito bem inglês e passou o início da década de 30 viajando pela Europa, em tempos de pré-guerra. Em 1935, volta ao Brasil no auge dos negócios do pai. No início, assumiu a programação de toda a rede de cinemas. Interessado também em produzir filmes, Ribeiro Júnior abriu a central de distribuição UCB (em 1943) e tornou-se sócio da Atlântida Cinematográfica, criada por Moacyr Fenelon e José Carlos Burle. Com a UCB, seguindo o mesmo tino comercial do pai, Ribeiro Júnior reuniu suas economias e fechou alguns negócios com algumas empresas que não tinham mercado. Um marco da UCB foi a adesão de Adhemar Gonzaga ao projeto: o cineasta e produtor deixou nas mãos de Ribeiro Júnior o lançamento do clássico “Loucos por música”, de 1945. Em 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra assinou o decreto 20.943, que obrigava os cinemas a exibirem no mínimo três filmes nacionais por ano. Em um investimento pessoal e com uma visão estratégica, Ribeiro Júnior vira sócio majoritário da Atlântida e cria um laboratório de revelação profissional, a Cinegráfica São Luiz. O jovem empresário conseguia assim reunir todas as etapas da indústria cinematográfica: produção, revelação, distribuição e exibição. Em paralelo aos negócios da família, criou também uma pequena cadeia de cinemas que ficava sob a responsabilidade da Atlântida Cinemas. Durante a inauguração de Brasília, em 1961, o presidente Juscelino Kubitschek ofereceu ao empresário um terreno para a construção de um cinema. Ribeiro Júnior propôs a compra do espaço, onde mais tarde abriu o cine Atlântida (o primeiro com a marca da companhia). Outro exemplo do empreendedorismo de Ribeiro Júnior foi a abertura, junto com a família, da Publicidade São Luiz, responsável pela divulgação e publicidade dos filmes a serem lançados pela empresa Ribeiro. Criou também a gráfica São Luiz, responsável pelos cartazes dos filmes, programas dos cinemas e a impressão dos ingressos.
Família Severiano Ribeiro – terceira geração
A partir de 1985, um conselho familiar assumiu as decisões estratégicas e a administração da empresa. A terceira geração foi responsável por momentos marcantes da história atual do grupo. Esta gestão passou pela migração dos cinemas de rua para os shoppings, pela entrada da concorrência estrangeira e pela transformação do mercado com o conceito multiplex, além das inúmeras inovações tecnológicas. A diretoria atual da Severiano Ribeiro é formada por representantes da família e um alto executivo do setor.
Quarta geração – forma um conselho que se reúne com a diretoria todo mês. O futuro da Severiano Ribeiro já começa a participar dos negócios da família.
Severiano Ribeiro em números: mais de 200 salas de exibição, com 50 mil poltronas e 881 funcionários. Por ano são lançados, em média, 160 filmes que atraem 15 milhões de espectadores. São consumidos 300 toneladas de milho de pipoca, 1 tonelada de sal e 1 milhão e 800 mil litros de refrigerantes.
Cinemas da família Severiano Ribeiro (Kinoplex) em São Paulo:
KINOPLEX ITAIM - Endereço: Rua Joaquim Floriano, 466 - Loja 29 Bairro: Itaim Bibi - São Paulo - SP - Tel.: (11) 3131.2004 - 6 salas
KINOPLEX D. PEDRO - Endereço: Av. Guilherme Campos, 500 Shopping D. Pedro - Bairro: Santa Genebra - Campinas - SP _______ Tel.: (19) 3131.2800 - 15 salas
KINOPLEX OSASCO - Endereço: Av. Autonomistas, 1828 - 3º Piso Super-shopping - Osasco - SP - Tel.: (11) 3131-2004 - 7 salas
Fotos e textos extraídos do site oficial do Cinemas Severiano Ribeiro, com inclusões de Antonio Ricardo Soriano
Anúncios antigos - Livro “No tempo das matinês – Emoções no cinema de bairro”, de Diamantino da Silva, Umberto Losso e Kendi Sakamoto Editora Laços – 2007

Elétrico Cineclube

por Felipe Macedo (Jornalista, assessor de Relações Internacionais do Conselho Nacional de Cineclubes, diretor do Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo, presidente da Federação de Cineclubes do Estado de São Paulo, coordenador do projeto PopCine e autor de livros como "Movimento Cineclubista Brasileiro")
O Centro de Estudos Cineclubistas de São Paulo – Elétrico Cineclube, essa era a razão social completa do Elétrico, foi fundado em janeiro de 1988, por Deisy Velten, Felipe Macedo, João Carlos Bacelar e Serge Roizman. Durante dois anos esses cineclubistas, que já vinham de várias outras aventuras, passaram o diabo, vivendo em uma espécie de república, tentando levantar patrocínios, viabilizar a transformação do antigo cine Regência – então parcialmente destruído e transformado em boate e estacionamento – e controlar o dono do imóvel, que sempre pressionou e colocou obstáculos ao projeto. Durante a maior parte desse tempo, antes de obterem os patrocínios mais importantes, a obra foi sendo tocada muito lentamente, com lances dramáticos e dificuldades enormes, mas recheada de histórias de solidariedade incríveis. Muitos amigos tiraram suas magras poupanças do banco para impedir determinadas ações de cobradores, houve doações anônimas e até mesmo o pessoal que trabalhava na obra chegou a emprestar dinheiro para o cineclube (em vez de receber o salário).
Mas no fim a coisa engrenou e, em janeiro de 1990, o Elétrico inaugurava sua primeira sala, de 316 lugares. Em maio foram abertas as salas 2, de 84 lugares, e 3, com 32 lugares, para exibições em vídeo e cursos. Em outubro passava a funcionar a "lojinha", com livraria, locadora, artefatos, lembranças e geringonças de cinema. Desde o início o Elétrico já tinha o bar no átrio e o estacionamento, que seria usado também para outras experiências. Ao todo, eram cerca de 2.500m² de área construída.
Da inauguração até o fechamento, o Elétrico durou apenas 4 anos. Foi um dos últimos e maiores espasmos de cineclubismo do fim de uma época, mas deixou certamente algumas lembranças para as mais de 15 mil pessoas que o freqüentaram mensalmente durante esse período, totalizando mais de 600 mil espectadores durante a sua curta vida. O Cineclube também deixou algumas conquistas concretas, como a lei isentando cineclubes e cinematecas de IPTU, e umas tantas influências sobre outros acontecimentos, como a lei estadual de meia entrada para estudantes e maiores de 60 anos. Certamente o Elétrico também estimulou o surgimento de outras salas, como o Metrópolis, de Vitória, ES, criado por Marcos Valério Guimarães e o Cineclube Vitória, em Campinas, fundado por João Carlos Bacelar e Neuza Barbosa, além de apoiar, inclusive financeiramente, o Cineclube Oscarito.
O Elétrico exibiu cerca de 1.000 filmes, 40% deles inéditos. Organizou, trouxe para São Paulo ou participou de várias Mostras e Festivais, como o FestRio, a Mostra Internacional de Cinema Negro, A Mostra de Cinema e Vídeo da Argentina, entre outros, freqüentemente trazendo cineastas, técnicos e artistas de outros países para debater com os realizadores e o público brasileiro. O Cineclube conservou viva a sessão da meia-noite, exibindo as chamadas "Sessão Última Chance", com filmes cujas cópias seriam destruídas pelas distribuidoras, e a "Sessão Trash". Também manteve permanentemente um trabalho com crianças - recebendo um prêmio especial da Fundação Abrinq – e com os movimentos sociais, de mulheres, de negros, trabalhadores e outros.
Também mostrou cerca de 1.000 vídeos, em memoráveis programas de música, com ciclos de filmes de jazz, rock, reggae, etc, e outras promoções, incluindo as Mostras "Dez Anos de Produção Independente", "Um Close no Teatro I e II", entre outras, organizadas por Jurandir Müller, incorporado à direção do cineclube num mandato posterior. Aliás, outro diretor importante do Elétrico foi Dante Ancona Lopez, o homem que havia criado os primeiros cinemas de arte em São Paulo, 40 anos antes. A equipe do Cineclube também, era muito especial, e reunia mais de 20 pessoas em tempo integral - mas alongaria demais esse pequeno relato lembrar de cada um.
O Elétrico promoveu ainda uma série de espetáculos musicais, principalmente com músicos de jazz, e peças de teatro, tanto na sua sala maior quanto numa área reservada no estacionamento. Este último, aliás, também seria usado para a organização de uma feira de trocas cultural, nos fins de semana.
O pico mensal de público do Elétrico chegou a 21.000 pessoas. Em determinados dias, você podia se sentar nas mesinhas do bar e assistir ao curioso vai e vem de públicos diferentes: os jovens de diferentes tribos que vinham para as sessões de vídeo de rock, por exemplo, cruzavam com o público da terceira idade que aproveitava a meia entrada e um filme como "Dançando com a Vida" e ficava ali tomando um chazinho e olhando o pessoal mais "político" que vinha ver "Ay, Carmela" na sala de cima ou algumas figuras mais conhecidas, do meio artístico, político, esportivo ou empresarial que vinham buscar um vídeo na "lojinha". Às vezes alguém fazia um "happening" por iniciativa própria, como o talentoso violinista que vinha tocar Brahms nos intervalos de "Eu Sou o Senhor do Castelo", ou uns malucos que vinham vestidos a caráter para certos filmes de ficção científica numa sessão da meia-noite.
Entidade sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública, o imóvel do Elétrico – que era também o antigo Teatro Record, palco do surgimento da Jovem Guarda, do "O Fino da Bossa" e dos "Festivais de Música Popular" – foi tombado durante o governo da prefeita Luíza Erundina. Por unanimidade, a Câmara Municipal reservou uma quantia no orçamento municipal para a compra do espaço e a sua cessão em comodato ao Elétrico. Mas o governo mudou e não deu tempo: por sugestão do novo Secretário da Cultura, Rodolfo Konder, o prefeito Paulo Maluf revogou o decreto anterior (ele certamente precisava do dinheiro para outros fins) e o Cineclube foi incapaz de sobreviver às elevações dos seus custos e a toda uma nova realidade do mercado cinematográfico que não facilitava aquele tipo de atividade.
Texto extraído do site de Felipe Macedo.

Os cinemas drive-in

Por Antonio Ricardo Soriano

Um cinema drive-in é uma forma de cinema que consiste em uma grande tela, tipo “outdoor”, uma cabine de projeção, uma lanchonete e uma grande área de estacionamento para automóveis. Dentro desta área fechada, os clientes podem ver filmes a partir da privacidade e conforto de seus carros.
A tela pode ser tão simples como uma parede pintada de branco ou pode ser uma estrutura de chapa de aço com um acabamento especial.

Originalmente, o som do filme vinha por alto-falantes instalados perto da tela ou por um alto-falante pendurado individualmente na janela de cada carro (como na foto abaixo). Este sistema foi substituído por um método de transmissão de trilha sonora em uma potência de saída baixa em rádios AM ou FM em uma determinada freqüência, para ser apanhada por todos os carros (mais econômico e menos propenso a danos materiais). Este método também permitiu que a trilha sonora fosse transmitida em estéreo.



Instalações
Tal como acontece com cinemas do interior, a lanchonete, também chamada de snack-bar, é onde um drive-in ganha a maioria de seus lucros. O snack-bar típico oferece qualquer alimento que pode ser servido rapidamente, como cachorro-quente, pizza, hambúrguer, pipoca, refrigerante, café, chocolate quente, sorvete, doces e batata frita.
Alguns gerentes de drive-in acrescentaram playgrounds para crianças, entre a tela e a primeira linha de carros. Outros ainda foram mais longe, como a adição de ferrovias em miniatura e mini-golfe.

História
O cinema drive-in foi uma criação do magnata americano Richard M. Hollingshead Jr. A idéia surgiu decorrente de um problema de família: a mãe de Richard era obesa e não cabia nos assentos de uma sala de cinema. "Portanto, decidiu colocá-la em um carro, pôr um projetor de 1928 na capota e amarrar dois lençóis nas árvores de seu jardim", contou Jim Kopp, da Associação de Proprietários de Drive-ins dos Estados Unidos.



Em 1932, Richard realizou vários testes em sua garagem. Após essas experiências, ele registrou, em 6 de agosto de 1932, uma patente de sua invenção, sendo aprovada em 16 de maio de 1933. Mas devido à falta de pagamentos de taxas devidas, acabou sendo julgado e teve a patente considerada invalida em 1950.
Com três investidores, Willis Smith, Edward Ellis e Oliver Willets, Richard formou uma empresa chamada Park-It Theatres e abriu, em 6 de junho de 1933, o seu primeiro drive-in, o Automobile Movie Theatre, numa grande área em Camden, New Jersey, EUA e custou cerca de US$ 60 mil dólares.



Ele anunciava o seu drive-in com o slogan "A família toda é bem-vinda, independentemente de como as crianças são barulhentas”. A tela tinha 12 de altura por 15 metros de comprimento com 6 alto-falantes RCA Victor. O primeiro filme exibido foi uma comédia britânica chamada Wives Beware, estrelado por Adolphe Menjou. O preço do ingresso foi de $0,25 por pessoa e $0,25 por automóvel, com um custo máximo de $1. Richard vendeu o cinema em 1935 e abriu outro.
A partir de 1934, outros drive-ins foram abertos:


Shankweiler's Auto Park, Orefield, Pennsylvania (15/04/1934)




Pico, Westwood, Los Angeles (09/09/1934)


Weymouth Drive-In Theatre, Weymouth (06/05/1936)
Em 1937, mais três foram inaugurados em Ohio, Massachusetts e Rhode Island, e mais doze, entre 1938 e 1939, na Califórnia, Flórida, Maine, Maryland, Massachusetts, Michigan, New York, Texas e Virginia.

A fase áurea
A fase áurea dos drive-ins veio no final dos anos 50 e início dos anos 60, particularmente nas áreas rurais, com cerca de 4.000 unidades espalhadas por todo EUA. Entre suas vantagens foi o fato de que uma família com um bebê poderia cuidar de seu filho enquanto assistia a um filme, enquanto os adolescentes também podiam ter acesso com seus automóveis.

Romantismo
Os drive-ins já foram retratados em inúmeros filmes clássicos, especialmente entre as décadas de 50 e 70, quando os cinemas ao ar livre eram bastante populares e faziam parte essencial da cultura norte-americana. Eram frequentados por todos, desde casais, que aproveitavam o clima romântico para assistir aos filmes na privacidade de seus próprios carros, até grupos de amigos, que preferiram drive-ins por ser um ambiente descontraído e onde, inclusive, era permitido o consumo de bebida alcoólica.
"Era o casamento perfeito", disse Susan Sanders, autora do livro The American Drive-In Movie Theatre. "Os jovens podiam se reunir ali e os estúdios perceberam que deviam fazer filmes para eles". Isso fica evidente em cenas clássicas de filmes como Grease - Nos Tempos da Brilhantina, de 1978, e De Volta para o Futuro III, de 1990.

Limitações e problemas
Os drive-ins eram mais limitados do que os cinemas de rua, pois as apresentações eram apenas noturnas. Houve tentativas frustradas de criar condições adequadas para projeções durante o dia, como locais cobertos, mas nada viável foi desenvolvido.
Durante os anos 70, alguns drive-ins começaram a mostrar filmes pornográficos para obterem renda extra. Isto se tornou um problema, porque permitiu materiais censurados estarem disponíveis para o grande público.

Declínio - causas
Nas décadas de 80 e 90, as grandes áreas, onde eram instalados os drive-ins, ficaram cada vez mais caras, para que eles pudessem operar com sucesso. Além disso, eles tinham maior público apenas no verão e com a criação do “horário de verão”, diminui em uma hora o horário noturno, fundamental para as exibições.
Com a chegada dos televisores em cores e dos videocassetes, os drive-ins tiveram a popularidade em declínio acentuado. Os poucos que sobreviveram a este período apelaram para uma audiência mais alternativa, exibindo principalmente filmes de baixa qualidade que eram bastante violentos e que exploravam temas de sexualidade.
Eles passaram a ter, de um modo geral, apenas frequentadores nostálgicos, apesar de alguns drive-ins ainda continuarem operando com sucesso em algumas áreas.

O retorno
Na virada do século, porém, os drive-ins se tornaram novamente populares e passaram a ser frequentados por casais e grupos de amigos, além de famílias inteiras.
Surgiu, também, o movimento Guerrilla drive-in, em que grupos de indivíduos se dedicam a projetar filmes ao ar livre. Estas apresentações são frequentemente organizadas pela internet e os participantes se reúnem em locais específicos para assistir a filmes projetados em pilares de pontes ou armazéns. Os conteúdos apresentados nesses encontros são de filmes independentes ou experimentais, filmes Cult ou outra forma de programação alternativa. Alguns encontros foram realizados em drive-ins.


O intuito dos drive-ins de hoje é justamente permitir que os frequentadores tenham uma experiência nostálgica, já que tudo no cinema drive-in, desde os cartazes e propagandas até a lanchonete e os desenhos que passam nos intervalos, entre os filmes, lembram as décadas de 50 e 60. O cantor e guitarrista canadense Bryan Adams diz em uma de suas canções mais populares: "Passava as tardes no drive-in e ali foi onde lhe conheci", antes de afirmar: "Aqueles foram os melhores dias da minha vida".
Fontes de pesquisa (sites):
Oi Toronto
Cinema com Rapadura
Wikipedia
Leia mais sobre cinemas ao ar livre no Brasil:
A última sessão
O maior cinema ao ar livre do país
Cine Drive-in de Brasília - Pura nostalgia
O Cine Drive-in de Brasília no Fantástico
Fantástico conta a história de Marisa, uma mulher piauiense que trabalha em um drive-in de Brasília

Leia mais sobre “drive-ins” no mundo:
Cinema Treasures - Drive-ins

Austrália
Australian Open Drive-in Theatres

Alemanha
Evented Erlebnismanagement
Canadá
5 Drive-in Theatre
Twilight Drive-in

Estados Unidos
Blue Starlite Urban Boutique Drive-in Theatre
Starlight Drive-in Theatre
Mission Tiki Drive-in Theatre
Vali-Hi Drive-in Theatre
Delsea Drive-in Theatre
Van Buren Drive-in Theatre
Skyview Drive-in Theatre
Rubidoux Drive-in Theatre
Transit Drive-in Theatre

Inglaterra
Starlite Urban Drive-in

Leia sobre exibições ao ar livre:
Telas infláveis
Hollywood Outdoor Movies
Recine

O maior cinema ao ar livre do país

Inaugurado em 25 de agosto de 1973, o Cine Drive-in possui ótima localização, praticamente no centro da cidade de Brasília (DF). 
Possui 15 mil metros quadrados de área asfaltada, capaz de acomodar 500 veículos em seu estacionamento, tela de concreto medindo 312 metros quadrados e ótima projeção.









CINE DRIVE - IN
Centro Desportivo Presidente Médice
Asa Norte
Área especial do Autódromo
www.cinedrivein.com
cinedrivein@cinedrivein.com

https://www.facebook.com/cinedrivein
https://www.instagram.com/cinedriveinoficial

Memórias fotográficas

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Florista do Largo do Arouche (1942)
Destaque para os cartazes dos cines Bandeirantes (Largo do Paissandu, 138) e Art Palácio (Av. São João, 419), divulgando os filmes “Vidas sem rumo” e “Pérfida”.
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Banca de jornal sob o viaduto Santa Efigênia e ao fundo, o edifício do Banespa (década de 50)
Destaque para os cartazes dos cines Broadway (Av. São João, 560), Bandeirantes (Largo do Paissandu, 138), Art Palácio (Av. São João, 419) e Ipiranga (Av. Ipiranga, 786), divulgando os filmes “O direito de nascer”, “Sinhá moça” e “Mentira salvadora”.
Fotos do livro “Cadernos de fotografia brasileira – São Paulo 450 anos” - Instituto Moreira Salles – 2004.
Clique nas fotos para ampliá-las.

Cine Niterói: o marco dos imigrantes japoneses no bairro da Liberdade, na capital paulista

Por Francisco Noriyuki Sato (Formado em jornalismo e publicidade pela Universidade de São Paulo, escreve sobre história e cultura japonesa. É autor do livro "História do Japão em Mangá", do álbum "Filosofia do Samurai na Administração Japonesa", e adaptou o livro "Xintoísmo em Mangá" para o português)

Para falar desse assunto, visitamos o Sr. Susumu, único sobrevivente dos irmãos da família Tanaka, que foi proprietária do cine Niterói.

Susumu Tanaka nasceu em Osaka, no Japão, e veio para o Brasil em 1923, com 10 anos de idade. Trabalhando na roça, passou por diversas fazendas cafeeiras em São Paulo e Paraná, até que chegou a Santa Mariana, no Paraná, junto com sua família. Nessa cidade, os irmãos Tanaka prosperaram bastante, primeiro como cafeicultores e depois como comerciantes de café e feijão.
Yoshikazu Tanaka, o irmão mais velho, tinha 7 anos a mais de idade do que Susumu. Tendo trabalhado como repórter num pequeno jornal no Japão, estava mais habituado à vida urbana, e também era o que tinha a saúde mais frágil dos três irmãos homens da família. Por isso, Yoshikazu atuava mais com compras e vendas, viajando constantemente. O comércio de feijão dos irmãos ia tão bem, que quando Yoshikazu visitava a Bolsa de Cereais de São Paulo, era chamado de “Rei do Feijão”.
Com o falecimento precoce do patriarca, o irmão mais velho Yoshikazu assumiu todo o direcionamento dos negócios da família, como acontecia entre os japoneses naquela época. Na década de 50, o irmão mais novo, Iwao, tinha uma serraria em Uraí, também no Paraná, e todos os negócios estavam indo bem. Tão bem que Susumu estava comprando uma fazenda cafeeira de 200 alqueires em Cornélio Procópio, mas no dia de fechar o negócio, na propriedade em questão, apareceu Yoshikazu de surpresa.
“Você vai mesmo comprar essa propriedade?”, perguntou o mais velho. Depois de um rápido diálogo, Susumu desistiu do negócio, porque Yoshikazu tinha uma idéia que acabaria mudando a vida dos imigrantes japoneses no Brasil. Ele queria fundar uma sala de cinema!
O idealista Yoshikazu Tanaka lutou muito, comprou o terreno da Rua Galvão Bueno e construiu um cinema do zero, sem ter tido qualquer experiência anterior. Viajou ao Japão e fez acordo com a distribuidora Toei para exibir as películas dessa grande empresa, no momento em que o Japão vivia o “boom” de produção cinematográfica. Parte das madeiras veio da serraria de Iwao, e o capital necessário saiu do comércio de feijão de Santa Mariana. “Esse cinema não foi construído de cimento, esse cinema foi feito com feijão”, teria dito Katsuzo Yamamoto, cerealista e amigo da família, no discurso de inauguração do cinema.
O capital gasto foi surpreendente para a época. Além da grande sala de cinema de dois andares, com 1500 poltronas estofadas, no térreo, o prédio contava com um restaurante no primeiro andar; um hotel nos dois andares seguintes, e um salão de festas no último pavimento. Era um empreendimento que certamente encheu de orgulho, não só a família Tanaka, como também toda comunidade japonesa, que saía da triste situação do pós-guerra, quando o seu país foi derrotado. O ano era 1953, e o primeiro filme exibido foi “Genji Monogatari”, traduzido como “Os Amores de Genji”. Todos os filmes eram legendados e toda segunda feira entrava um novo filme no projetor. 20 mil pessoas passavam pela sala todas as semanas. Ao contemplar a alegria dos japoneses que lotavam sua casa, Yoshikazu resolveu ser ainda mais ousado para dar ainda mais alegria ao seu público: foi ao Japão buscar os protagonistas dos filmes para se apresentarem na estréia das películas. Isso aconteceu várias vezes, e um dos convidados foi Koji Tsuruta, um galã na época. Nessas ocasiões, o convidado se hospedava no hotel da família, e as recepções aconteciam na ampla sala da casa de Susumu. Sua filha, Zelinda, ainda se lembra dessas festas, quando a sua casa ficava cheia de destacadas personalidades da época.
______ Zelinda, em 1962 (Acervo pessoal)
Com o sucesso do Niterói, mais três salas surgiram no mesmo bairro para atender ao público nipo-brasileiro. Muitos filhos de agricultores vinham para estudar e trabalhar em São Paulo, tendo como referência essas salas. E com isso, a Liberdade acabou se tornando o “bairro japonês".
Comerciantes como Hirofumi Ikesaki, confessaram que se instalaram na região atraídos pelo grande movimento do cine Niterói. Apesar de a região contar com a Rua Conde de Sarzedas, onde se instalaram os primeiros imigrantes japoneses em São Paulo, durante a Segunda Guerra Mundial eles foram forçados a deixarem o local, e no período pós-guerra, muitos comerciantes se dirigiram para as proximidades da Praça da Sé. A Rua Senador Feijó, por exemplo, abrigava a agência número 001 do Banco América do Sul. O empresário Katsuzo Yamamoto, aquele do discurso do feijão, almoçava seguidas vezes no restaurante do Niterói, e foi lá que reuniu seus amigos para tratar da fundação do Nippon Country Club, que aconteceria em 1960.
A época áurea do cinema passou, quando, em 1968, o local foi desapropriado para a construção da Avenida Radial Leste-Oeste. Com o valor da indenização muito abaixo do real, a família só pôde adquirir um prédio na Avenida Liberdade, onde antes funcionara o cine Liberdade. Essa sala só tinha 933 lugares. Mesmo assim, a sala não lotava como antes e a obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais acabou por afastar o seu público. Em 1984, o Niterói parou de importar filmes, e anos depois a sala foi fechada. Os demais concorrentes, Jóia e Nippon desapareceram na mesma década. Nenhum resistiu à chegada dos videocassetes nas casas.
Curiosidades
1) Os amigos brasileiros de Susumu sempre perguntavam o porquê do nome do cinema, pois Niterói é no Rio de Janeiro, estado que tem rivalidade com São Paulo. Susumu tinha uma resposta na ponta da língua: Niterói é soma de Nitto e Herói. Nitto é Japão, portanto, significa “Herói do Japão”!
2)
Outros cines que se especializaram em filmes japoneses: Tokyo (fundado em 1954 na Rua São Joaquim – hoje é uma igreja evangélica), Jóia (fundado em 1958, no final teve o nome de Shochiku na Praça Carlos Gomes – hoje é uma igreja evangélica), Nippon (fundado em 1959 na Rua Santa Luzia – hoje é sede da Associação Aichi Kenjin). Cada cinema representava uma grande companhia japonesa. Tokyo exibia filmes da Nikkatsu, Niterói da Toei, Nippon da Shochiku, e Jóia da Toho.
3) O cine Nippon pertencia à família Mizumoto, que tinha (e tem) uma loja de presentes na Rua Galvão Bueno. Depois do fechamento desse, ela assumiu o cine Jóia, mudando de nome para Shochiku, que é a companhia que representava.
Texto extraído do site Cultura Japonesa.
Leia, também, o texto “A Cinelândia da liberdade” de Lucia Nagib (crítica de cinema japonês e professora da Universidade de Campinas) publicado no site *Fundação Japão.
* Fundação Japão - É uma organização vinculada ao Ministério das Relações Exteriores do Japão, estabelecida em 1972, cujo objetivo é promover o intercâmbio cultural e a compreensão mútua entre o Japão e outros países. O escritório em São Paulo foi inaugurado em 1975 e desde então, atua como uma porta de comunicação entre a Fundação Japão e o Brasil, desenvolvendo diversas atividades. A Fundação Japão desenvolve seus programas e atividades nas três categorias principais seguintes:1) Intercâmbio Artístico e Cultural - 2) Ensino da Língua Japonesa no Exterior - 3) Estudos Japoneses no Exterior e Intercâmbio Intelectual. Além disso, como parte da reforma estrutural de maio de 2004, foi criado o Information and Resource Center para prover informações e incentivar o intercâmbio internacional. Local: Avenida Paulista, nº 37, 1º e 2º andares - Paraíso - 01311-902 - São Paulo - SP - Tel.: 11 3141-0110 / 3141-0843

Biblioteca Pública Roberto Santos inaugura sala e acervo temático de cinema

Em 14 de junho, a Biblioteca Pública Roberto Santos receberá acervo especializado de cinema. Localizado no Ipiranga, o novo núcleo de referência no gênero oferecerá acervo bibliográfico e audiovisual.
Para a caracterização do espaço foram investidos, pela Secretaria Municipal de Cultura, R$ 160 mil. Esta quantia foi empregada na compra de acervo temático, mobiliário, equipamentos para a sala de cinema, com 101 lugares, projetor e outros equipamentos. O acervo total da unidade soma agora mais de 31 mil livros, dos quais cerca de 400 tratam exclusivamente de assuntos relacionados a cinema.
O acervo de filmes também ficará disponível ao público e terá, inicialmente, 502 títulos cinematográficos. Assim como a seleção do acervo, a curadoria da programação da sala de exibição do local será feita por Célio Franceschet.
Em torno de duas vezes por mês o Cineclube Ipiranga irá programar sessões de filmes em 16mm.
Além de trazer exibições de filme, a biblioteca oferecerá, no futuro, shows musicais pautados por trilhas sonoras de filmes brasileiros e internacionais, cursos que discutam a relação entre cinema e literatura, oficinas de roteiro para curta-metragem, cultura cinematográfica para formadores de opinião como professores e o ensinamento das bases para a crítica de cinema. O antigo auditório de 101 lugares foi reformado e alguns equipamentos foram adquiridos com o apoio da Subprefeitura de Vila Mariana.
A inauguração do núcleo temático em cinema da Biblioteca Pública Roberto Santos é parte do projeto “Bibliotecas Temáticas”, que a Secretaria Municipal de Cultura vem desenvolvendo desde 2006.

Biblioteca Pública Roberto Santos - Endereço: Rua Cisplatina, 505 Ipiranga - Telefone: (11) 2273-2390
Texto extraído do site da Prefeitura de São Paulo.

A época de ouro dos cinemas

Por Caetano Abbruzzini Netto 
Mais de 50 anos de cinema e remanescente da "Época de Ouro" do cinema. 
Trabalhou 30 anos no grupo Sul/Paulista. 
Foi diretor de publicidade da Warner/Columbia. 
E-mail: caetano_filho@uol.com.br 
Fone: (11) 8196.3587
Nos anos 50, a cidade de São Paulo era o coração cinematográfico do Brasil, no qual participei, de todos os grandes eventos.

Para analisar a extensão da tela do cine República

Tínhamos o cine República, com a maior tela do mundo, onde eram exibidas as grandes produções em Cinemascope e 3ª. Dimensão. O cine Olido, com orquestra e poltronas numeradas. O Ritz exibia os grandes Westerns, e posteriormente, totalmente reformado, exibiu o filme “A volta ao mundo em 80 dias”, passando a se chamar Rivoli. O cine Normandie exibia as grandes produções francesas, como por exemplo “O Salário do Medo”, de Henry Georges Clouzout, e outros grandes filmes, com todos os grandes atores franceses da época, como Martine Carol, Jean Gabin, entre outros. O cine Comodoro, com o sistema Cinerama, foi uma das grandes sensações da época. O cine Marabá, tinha a maior freqüência de público do Brasil, chegando a exibir filmes para até 65.000 expectadores por semana.
A inauguração de um cinema era uma verdadeira apoteose, com a presença do Governador do Estado, Prefeito e altas autoridades, onde o traje a rigor era obrigatório. Não podemos esquecer, também, dos grandes musicais exibidos no cine Metro.
Além do público normal no centro de São Paulo, os cinemas eram freqüentados pela nata da sociedade paulistana, que se deslocavam da zona sul para o Centro, para assistirem as grandes produções estrangeiras. Existem tantos outros fatos para serem contados, sobre o que era o cinema daquela época, que daria para escrever um livro.

Histórias e lembranças dos antigos cinemas da cidade de São Paulo



O livro SãoPauloMinhaCidade.com - Mais de Mil Memórias reúne histórias e lembranças, desde o século passado até os dias de hoje, de 312 moradores e ex-moradores da cidade, brasileiros ou estrangeiros, dos mais diversos estilos, faixas etárias e regiões da capital paulista que, nos últimos três anos, contribuíram com 1.500 histórias, além de mais de 5 mil comentários, dos mais diversos temas, no site desenvolvido pela São Paulo Turismo. Destaque para o capítulo “Cines e matinês” dedicado aos antigos cinemas da cidade de São Paulo.
O livro, que não terá comercialização, será distribuído nas bibliotecas públicas da cidade e todo o seu conteúdo está disponibilizado em PDF gratuitamente no site (clique aqui).
O livro traz ainda uma surpresa, um CD coordenado pelo jornalista Assis Ângelo, com depoimentos de compositores que, literalmente, cantam São Paulo, como Zica Bergami, de Lampião de Gás; Paulo Vanzolini, de Ronda e tantas memoráveis letras; Alberto Marino e a Rapaziada do Brás; Osvaldinho da Cuíca, entre outros. O conteúdo deste CD está disponível, para download, no site (clique aqui).
Texto extraído do site São Paulo Minha Cidade.

As fictícias salas de cinema

por Antonio Ricardo Soriano
Passar algumas horas em uma sala de cinema é maravilhoso. Nela sentimos fortes emoções, esquecemos das dificuldades de nossas vidas e mergulhamos em diversas histórias. Às vezes, nessas histórias, visitamos fictícias salas de cinema, quase sempre muito bonitas, charmosas e nostálgicas.
Abaixo, indico alguns filmes onde podemos ver salas de cinema inclusas no roteiro:
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A Rosa Púrpura do Cairo/The Purple Rose of Cairo (EUA/1984)
Direção e Roteiro: Woody Allen
Elenco principal: Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello
Sinopse: A ação se dá durante a grande depressão americana. Numa cidadezinha de Nova Jersey, a sonhadora Cecília (Mia Farrow) trabalha como garçonete para sustentar o relaxado marido, Monk (Danny Aiello), que passa o tempo bebendo uísque e jogando dados. A fuga para a dura realidade são os filmes exibidos no cinema Jewel, onde Cecília se inebria com um mundo de romance e fantasia. Quando ela assiste à “Rosa Púrpura do Cairo” várias vezes num mesmo dia, uma das sessões é interrompida quando Tom Baxter (Jeff Daniels), personagem central da fita, pára a cena, sai da tela e vai ao encontro de Cecília. A partir daí, Woody Allen desenvolve um encantador conto de fadas.
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Cinema Paradiso/Nuovo Cinema Paradiso (Itália/1988)
Direção e roteiro: Giuseppe Tornatore
Elenco principal: Antonella Attili, Enzo Cannavale, Isa Danieli, Leo Gullotta, Marco Leonardi, Pupella Maggio, Agnese Nano, Leopoldo Trieste, Salvatore Cascio, Roberta Lina, Nino Terzo, Jacques Perrin, Brigitte Fossey, Philippe Noiret
Sinopse: Nos anos que antecederam a chegada da televisão (logo depois do final da Segunda Guerra Mundial), em uma pequena cidade da Sicília (Itália), o garoto Totó (Salvatore Cascio) ficou hipnotizado pelo cinema local e procurou travar amizade com Alfredo (Philippe Noiret), o projecionista que se irritava com certa facilidade, mas paralelamente tinha um enorme coração. Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança, quando agora Totó (Jacques Perrin) cresceu e se tornou um cineasta de sucesso, que se recorda da sua infância quando recebe a notícia de que Alfredo tinha falecido.
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Splendor/Splendor (Itália – França/1989)
Direção e roteiro: Ettore Scola
Elenco principal: Marcelo Mastroiani, Massimo Troisi, Marina Vlady
Sinopse: A ação se passa basicamente dentro de um cinema decadente do interior da Itália. Dos personagens que compõem a história, Ettore Scola dedica mais tempo ao projecionista (Massimo Troisi) que parece ser o único ainda apaixonado pelo cinema Splendor, já que o dono (Marcelo Mastroiani) perde a esperança de investir na exibição de filmes.
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A Última Sessão de Cinema/The Last Picture Show (EUA/1971)
Direção: Peter Bogdanovich
Roteiro: Larry McMurtry e Peter Bogdanovich, baseado em livro de Larry McMurtry
Elenco principal: Timothy Bottoms, Jeff Bridges, Cybill Shepherd, Ben Johnson, Cloris Leachman, Ellen Burstyn, Eileen Brennan, Clu Gulager, Sam Bottoms Sharon Ulrick, Randy Quaid
Sinopse: Entre a 2ª Guerra Mundial e a Guerra da Coréia, dois jovens, Duane Jackson (Jeff Bridges) e Sonny Crawford (Timothy Burrows), vivem em Anarene, uma pequena cidade no Texas. Eles se parecem fisicamente, mas mentalmente e emocionalmente vivem em diferentes planos, sendo que enquanto Duane é agressivo, Sonny é bem mais sensível. Boa parte do tempo deles é passada no cinema e no salão de sinuca, em meio à aventuras e dramas.
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Cine Majestic/The Majestic (EUA/2001)
Direção: Frank Darabont
Roteiro: Michael Sloane
Elenco principal: Jim Carrey, Martin Landau, Laurie Holden, Allen Garfield, Bruce Campbell, Amanda Detmer
Sinopse: Em plena década de 50, Peter Appleton (Jim Carrey) é um jovem e ambicioso roteirista de cinema que se torna, por engano, alvo do *Macarthismo. Acusado de seguir a doutrina comunista, ele perde seu emprego e acaba sofrendo um acidente em que seu carro cai em um rio. Sem memória e levado pela correnteza para perto de uma pequena cidade do interior da Califórnia, ele acaba sendo confundido com Luke Trimble, o filho do dono da sala de cinema local, que desapareceu em meio à 2ª Guerra Mundial. Após assumir a identidade de Trimble, ele então redescobre a magia do cinema ao iniciar a reforma da sala e prepará-la para sua re-estréia.
*Macarthismo - “movimento político anticomunista desencadeado nos EUA depois da II Guerra Mundial pelo senador republicano Joseph McCarthy. Durou até o final dos anos 50 e caracterizou-se pela perseguição implacável a todos os comunistas e simpatizantes com base principalmente na delação”. (Enciclopédia Larrousse Cultural)
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Gremlins/Gremlins (EUA/1984)
Diretor: Joe Dante
Produção: Steven Spielberg
Elenco: Hoyt Axton, John Louie, Keye Luke, Don Steele, Susan Burgess, Scott Brady, Arnie Moore, Corey Feldman
Sinopse: Rand (Hoyt Axton) é um "inventor" que, ao tentar dar um presente natalino único para seu filho, Billy (Zach Galligan), compra em Chinatown, um Mogwai, um ser aparentemente gracioso. Mas o dono, um velho chinês, não queria vendê-lo por dinheiro nenhum, pois ter um Mogwai envolve muitas responsabilidades. Entretanto, o neto do ancião o vende por duzentos dólares e diz as regras essências para ter um Mogwai: 1º) Não deixe que ele se molhe; 2º) Mantenha-o afastado da luz; 3º) Nunca lhe dê comida depois da meia noite. Rand ouve o aviso sem dar a devida importância e leva o Mogwai para sua casa em Kingston Falls, uma pequena cidade. As regras acabam não sendo cumpridas e os amáveis seres se transformam em horríveis criaturas. As cenas, em que as “criaturas más” se divertem em um cinema, são muito divertidas.
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Matinee - Uma Sessão Muito Louca/Matinee (EUA/1993)
Direção: Joe Dante Roteirista(s): Jerico e Charlie Haas
Elenco principal: John Goodman, Cathy Moriarty, Simon Fenton, Omri Katz
Sinopse: Em 1962 (durante a crise dos mísseis de Cuba e o medo de uma guerra nuclear), em uma pequena cidade costeira dos EUA, produtor de filmes B, de ficção científica e horror, chega para promover seu mais novo filme, 'Mant - O Homem-Formiga'. Além da presença da atriz principal, o cineasta traz um festival de efeitos especiais que funcionam fora da tela e que fazem a garotada crer que está no meio da Terceira Guerra Mundial.
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A Dama do Cine Shangai (Brasil/1988)
Direção: Guilherme de Almeida Prado
Elenco principal: Maitê Proença, Antônio Fagundes, José Lewgoy, Jorge Dória, José Mayer, Miguel Falabella, Paulo Villaça, Sérgio Mamberti, Matilde Mastrangi e Imara Reis
Sinopse: O filme impressiona mais pelo visual do que pelo conteúdo. É a trajetória de Lucas (Antônio Fagundes), um corretor de imóveis que, ao entrar num velho cinema do centro de São Paulo para assistir a um filme policial, conhece Suzana (Maitê Proença), parecidíssima com a atriz do filme exibido. Inicia-se então uma aventura de intriga e suspense.
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Bem-vindos ao Paraíso/Come See the Paradise (EUA/1990)
Direção e roteiro: Alan Parker
Elenco principal: Dennis Quaid, Tamlyn Tomita, Sab Shimono, Shizuko Hoshi, Stan Egi, Ronald Yamamoto, Akemi Nishino, Naomi Nakano, Brady Tsurutani, Pruitt Taylor Vince, Colm Meaney, Becky Ann Baker, Shryee Mezick, Elizabeth Gilliam, Caroline Junko King
Sinopse: Em "Bem Vindos ao Paraíso", o Sr. Kawamura (Sab Shimono), patriarca de uma família nissei, vivendo na "Little Tokyo" de Los Angeles no final dos anos 30, tenta evitar que sua filha Lily (Tamlim Tomita) case-se com o operador de seu cinema, o rebelde irlandês Jack McGurn (Dennis Quaid). Como em “Romeu & Julieta”, enfrentam a oposição paterna e vão viver em Seattle, onde nasce a filha Mini. A rebeldia de Jack antecipa a separação e uma tragédia maior acontece: com o ataque a Pearl Harbor e a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial, milhares de famílias japonesas são confinadas em campos de concentração distantes das grandes cidades.

O LANTERNINHA

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BIBLIOGRAFIA DO SITE

PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA

1. Arquivos institucionais e privados

Bibliotecas da Cinemateca Brasileira, FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Mackenzie.

2. Principais publicações

Acervo digital dos jornais Correio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.

Acervo digital dos periódicos A Cigarra, Cine-Reporter e Cinearte.

Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.

Periódico Acrópole (1938 a 1971)

Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981

Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990

Site Novo Milênio, de Santos - SP
www.novomilenio.inf.br/santos

FONTES DE IMAGEM

Periódico Acrópole - Fotógrafos: José Moscardi, Leon Liberman, P. C. Scheier e Zanella.

Fotos exclusivas com publicação autorizada no site dos acervos particulares de Joel La Laina Sene, Caio Quintino,
Luiz Carlos Pereira da Silva e Ivany Cury.

PRINCIPAIS COLABORADORES

Luiz Carlos Pereira da Silva e João Luiz Vieira.

OUTRAS FONTES: INDICADAS NAS POSTAGENS.