Exibir é viver

Por Henry Grazinoli (Consultoria de conteúdo: André Gatti)

O escritor argentino Jorge Luis Borges defende, em um de seus ensaios, que a obra de arte só existe quando encontra o público. Quer dizer, o original de um livro pode ser genial, mas, se ficar guardado numa gaveta, se ninguém ler, ele não existe enquanto obra de arte. Uma imagem pintada, por mais incrível que seja a técnica empregada em sua criação, não é uma obra de arte, se não for exposta. O mesmo acontece com o cinema: pra que filmar, pra que gastar um monte de tempo, de dinheiro e de energia pra realizar um filme, se ele não chegar aos olhos do público?

A exibição é uma etapa fundamental do processo cinematográfico – ela é a responsável direta por promover o encontro da obra com a audiência. No início de sua história, os filmes tinham exibição ambulante, em feiras de variedades, circos e cabarés, geralmente como atrações complementares. Em pouco tempo, o cinema ganhou autonomia e passou a ser exibido em salas exclusivas.

Até os anos 50, o cinema, como entretenimento, só concorria com o rádio. Por isso, assistir a filmes em luxuosas salas foi uma das maiores diversões de nossa sociedade. Hoje em dia, no entanto, é cada vez mais difícil separar o cinema das outras artes audiovisuais, e a exibição passou a abarcar as salas de cinema, a TV, os DVDs, a Internet, os celulares e aparelhos MP4.

Apesar de possuir esse papel fundamental no processo cinematográfico, a exibição não é sistematizada, no Brasil. Faltam estudos e pesquisas especializadas, faltam abordagens que não estejam focadas apenas na exibição enquanto mercado (fonte de lucro) ou romantismo (importância artística).

Exibir filmes é colocá-los em contato direto com as pessoas, é levar pra perto de um monte de gente uma porção de ideias e sentimentos. Exibir filmes é formar público para manter vivo o ato de contar e ouvir histórias. É manter viva a arte do cinema, seja na tela grande, na TV de casa, no monitor de um ônibus, num microcomputador ou num telefone celular. Exibir filmes é manter ativa a produção de um monte de artistas que se dedicam ao meio audiovisual.

Texto publicado no Portal Tela Brasil. Publicação autorizada.

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BIBLIOGRAFIA DO SITE

PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA

1. Arquivos institucionais e privados

Bibliotecas da Cinemateca Brasileira, FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Mackenzie.

2. Principais publicações

Acervo digital dos jornais Correio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.

Acervo digital dos periódicos A Cigarra, Cine-Reporter e Cinearte.

Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.

Periódico Acrópole (1938 a 1971)

Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981

Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990

Site Novo Milênio, de Santos - SP
www.novomilenio.inf.br/santos

FONTES DE IMAGEM

Periódico Acrópole - Fotógrafos: José Moscardi, Leon Liberman, P. C. Scheier e Zanella.

Fotos exclusivas com publicação autorizada no site dos acervos particulares de Joel La Laina Sene, Caio Quintino,
Luiz Carlos Pereira da Silva e Ivany Cury.

PRINCIPAIS COLABORADORES

Luiz Carlos Pereira da Silva e João Luiz Vieira.

OUTRAS FONTES: INDICADAS NAS POSTAGENS.