Visita à extinta Cinelândia paulistana

Fotos: Antonio Ricardo Soriano - 14/10/2013

Preservaram apenas a fachada do antigo cine Cairo


Fachada do antigo cine Cairo e atrás, o prédio da Praça das Artes

Entrada da Praça das Artes pela Av. São João, local onde funcionava o cine Saci


Entrada da Praça das Artes ao lado do cine Marrocos

Antigo cine Marrocos

Antigo cine Marrocos

Em reforma, para futuras instalações da Secretaria Municipal da Educação

Prédio onde funcionava o cine Art Palácio, antigo UFA-Palácio, futura casa de espetáculos


Entrada da Galeria Olido e cine Olido

Bilheteria do cine Olido


Escadarias do cine Olido

Cine Dom José, antigo cine Jussara

Cine Marabá

Cine Marabá

Cine Marabá

Prédio do antigo cine Ipiranga (fechado e abandonado)

Prédio do antigo cine Metro (totalmente preservado, inclusive o seu interior)

Prédio do antigo cine Paissandú (fechado e abandonado)

Local onde funcionava o cine Rosário, no Edifício Martinelli

Praça das Artes e o prédio do cine Marrocos, vistos do topo do Edifício Martinelli
































































































































































Exemplos de preservação dos cinemas de rua pelo Brasil: Cine Theatro Brasil - Belo Horizonte/MG

Oito de outubro de 2013 entra para a história como o dia em que Belo Horizonte passou a conviver novamente com um dos seus mais belos patrimônios materiais: o Cine Theatro Brasil Vallourec. Localizado no coração da capital mineira, é um dos principais símbolos da cultura belo-horizontina, de seus valores, hábitos e costumes.



Projetado em 1930 pelo arquiteto Alberto Murgel e inaugurado em 14 de julho de 1932, o Cine Theatro Brasil foi um marco na arquitetura da ainda provincial Belo Horizonte. Foi o primeiro prédio da cidade sob a influência do estilo Art-Déco, inspirado na arquitetura francesa, com volumes geométricos bem definidos, pouca ornamentação, vitrais de ferro e vidro martelado e revestimento das fachadas em pó de pedra.



A construção também foi pioneira na utilização de concreto armado, contando com a assessoria técnica do engenheiro calculista Emílio Baumgart, que, posteriormente,  trabalhou no grupo modernista carioca integrado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Todo o concreto utilizado foi importado da Inglaterra.

Durante um bom tempo, o Cine Theatro Brasil foi o prédio mais alto de Belo Horizonte. O fascínio por conhecer a cidade do alto era tamanho que as pessoas pagavam ingresso para visitar o terraço de onde se avistava toda a Serra do Curral.

O pioneirismo arquitetônico do Cine Theatro Brasil abriu caminho para edificações construídas nas duas décadas seguintes em Belo Horizonte, como o Edifício Ibaté (Rua São Paulo), o Edifício Capixaba (Rua Rio de Janeiro), o prédio do Centro dos Chauffeurs (Rua Acre), a sede da Prefeitura Municipal, o edifício dos Correios e Telégrafos (Av. Afonso Pena) e o Edifício Chagas Dória (Rua Sapucaí). Esse movimento fez com que Belo Horizonte se tornasse uma das cidades brasileiras com maior presença do estilo Art-Déco.

Um espaço para todos

Nem todos conseguem se lembrar, mas, como o próprio nome já diz, o Cine Theatro Brasil foi construído como um espaço para abrigar diversas formas de arte, como teatro, ópera, música e, claro, o melhor da sétima arte. Também era o ponto de encontro da sociedade belo-horizontina, com eventos como os tradicionais bailes de carnaval que aconteciam nos foyers internos do teatro.

Além do teatro com 1.827 lugares, durante décadas, o espaço abrigou dezenas de salas comerciais, além do tradicional Bar Brasil e do primeiro Restaurante Popular inaugurado por Juscelino Kubitschek em 01 de maio de 1952. Lá trabalhavam distintos profissionais liberais, como médicos, dentistas e advogados, além de empresas dos mais diversos ramos de atividade.

Do romance à Stallone

O primeiro filme exibido no Cine Theatro Brasil foi “Deliciosa”, romance musical da Fox Moviestone, que apresentava a vida de uma imigrante num transatlântico. A estreia contou com a presença do ator principal do filme, Raul Roulien, que saudou a plateia em duas sessões completamente lotadas. Cerca de 2,5 mil pessoas se amontoaram para assistir ao filme e observar os trajes, bailes e os costumes de uma época na qual a Europa ditava a moda em Belo Horizonte.

Durante décadas, já exclusivamente como cinema, o espaço exibiu centenas de produções cinematográficas. Do clássico ao popular, os filmes marcaram a vida de muitas gerações. Charles Chaplin, Mazzaropi e até Os Trapalhões – todos tiveram espaço no cinema mais querido da cidade. Em 1999, o já decadente Cine Brasil exibia sua última sessão: “O Especialista”, de Sylvester Stallone.



A Restauração

Devido à sua relevância arquitetônica e histórica para Minas Gerais, o prédio do Cine Theatro Brasil Vallourec é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Estadual e Municipal.


Após sete anos fechado, em 2006, o edifício foi adquirido pela Fundação Sidertube, mantida pelo grupo Vallourec, tendo em vista dois importantes propósitos: restaurar este extraordinário patrimônio da cidade e, ao mesmo tempo, transformá-lo num centro de cultura para a população de Belo Horizonte.

O grande desafio da restauração foi conhecer a estrutura do imóvel sem as plantas originais, que se perderam com o tempo. Nas escavações, foram encontradas a pedra fundamental da construção, de 1928 e uma caixa com moedas e outros objetos deixados pelos operários no primeiro dia de obras, assim como mandava a tradição da engenharia.




A fachada principal do edifício foi reconstituída seguindo a construção original, com revestimento em pó-de-pedra, três grandes vitrais com desenhos geométricos e quatro grandes lanternas em metal e vidro. As tradicionais portas pantográficas também foram reconstruídas e possibilitam ao público admirar, mesmo da calçada, o hall de entrada do Cine Theatro Brasil Vallourec, assim como acontecia na década de 1930.




Mesmo tendo sido construído originalmente sob uma super-resistente construção de concreto armado, o prédio recebeu uma nova estrutura de sustentação, feita com tubos de aço produzidos pela Vallourec. O reforço possibilitou a construção de um novo pavimento, com fundação independente, acima do telhado original.




Outro grande desafio das equipes de arquitetura e engenharia foi reconstituir parte da estrutura que se desgastou ou se perdeu com o tempo, como os quatro vitrais originais da fachada, projetados nos Estados Unidos. Os ladrilhos hidráulicos, com formas geométricas, tiveram que ser reproduzidos por uma empresa especializada, de Barbacena (MG). Quatrocentas poltronas originais foram restauradas por uma empresa do Paraná – a mesma que as construiu, em 1932 – e, agora, encontram-se no Teatro de Câmara, com capacidade para 200 pessoas, e outras 200 nas últimas filas do balcão do Grande Teatro.



As frisas laterais, eliminadas em uma das reformas do espaço, foram descobertas pelos arquitetos em fotografias dos primeiros anos do teatro e reconstruídas. Mas a maior surpresa da equipe de restauro estava escondida por trás de cinco camadas de tinta. Foram recuperadas as pinturas originais em estilo Art Déco do teatro principal, assinadas pelo artista-plástico italiano Ângelo Biggi, radicado em Juiz de Fora (MG).




Em tons de marrom, as pinturas seguem o estilo marajoara com formas geométricas. As escadas originais, uma delas em formato caracol, também foram restauradas, mas, na reforma, foram construídas outras três saídas de emergência, além de quatro elevadores.

Texto do site oficial do Cine Theatro Brasil Vallourec.




Grandes empresários da exibição cinematográfica: Paulo Sá Pinto

Por Antonio Ricardo Soriano
Paulo Barreto de Sá Pinto foi um dos maiores empresários da história da exibição cinematográfica no Brasil (São Paulo e mais seis capitais brasileiras). Introduziu muitas inovações em seus cinemas: a 3ª Dimensão, o Cinerama, o Cinemascope e as audições musicais. Tinha o hábito de decorar cinemas com muito bom gosto, requinte e conforto.
Mineiro da cidade de Santos Dumont, Paulo Sá Pinto veio ainda criança para o Rio de Janeiro e o seu primeiro emprego foi como conferente de alfândega, no Cais do Porto. Depois se transferiu para Porto Alegre, onde teria trabalhado em publicidade e começado a se interessar pela área de exibição. Seria, entretanto, em São Paulo, que fundaria a “Empresa Cinematográfica Paulista”, cujos primeiros cinemas construídos foram o Ritz (1943) e o Marabá (1944). No final dos anos 40, expandiu o seu “circuito de cinemas” para Porto Alegre e Curitiba, fundando a “Empresa Cinematográfica Sul”.

Em 1952, Paulo Sá compra o prédio onde funcionava o antigo cine República. O antigo cinema estava desativado e no local funcionava uma repartição da Prefeitura. O novo cine República, depois de uma grande reforma, foi inaugurado no mesmo ano, com o filme “A Vida Secreta de Nora”, com Loreta Young e Joseph Cotten. Neste cinema, Paulo Sá lança grandes novidades da tecnologia da exibição cinematográfica:
- Em 1953, passa a exibir filmes produzidos em 3ª Dimensão (3D), processo de exibição que necessita de óculos especiais para criar a impressão de profundidade (óculos que, na época, passavam por um processo de esterilização). O primeiro filme exibido foi “Veio do Espaço”.

Anúncio do jornal "Folha da Manhã", de 25/10/1953
- Em 1954, exibe o Cinemascope pela primeira vez em São Paulo, com o filme “O Manto Sagrado” (segundo filme rodado em Cinemascope, mas o primeiro a ser lançado comercialmente nos cinemas americanos, sendo que o primeiro filme rodado neste formato foi “Como Agarrar um Milionário”, de 1953).

Anúncio do jornal "Folha da Manhã", de 04/04/1954
- Em 1955, instala a maior tela do mundo (250 metros quadrados).
Em 12 de dezembro de 1957, em uma noite de gala, inaugura o cine Olido, na Avenida São João, com a exibição do filme “Tarde Demais para Esquecer” (1957). Nesta mesma noite, uma orquestra sinfônica apresentou o tema do mesmo filme “An Affair To Remember” (canção que ganhou o Oscar) e, em seguida, acompanhou as cantoras Cidalia Meireles e Leila Cury, em diversas músicas.

Anúncio da inauguração do cine Olido (Jornal "Folha da Manhã" - 12/12/1957)
Em abril de 1959, Paulo Sá anuncia mais uma inovação. Em uma entrevista, declara que, em Paris, havia assinado um contrato para exibir o Cinerama no cine Comodoro em São Paulo e que seria apresentado aos paulistanos brevemente, tudo dependendo da chegada das máquinas, pois o Comodoro já estava praticamente pronto. O cine Comodoro Cinerama, na Avenida São João, 1462 (no centro da capital) foi inaugurado, às 14 horas, do dia 14 de Agosto de 1959, com o filme “Isto é Cinerama”. São Paulo foi a única cidade brasileira que realmente assistiu ao Cinerama legítimo, com três projetores trabalhando simultaneamente.
Paulo Sá Pinto foi homenageado por muitas vezes. Em 6 de novembro de 1959, o Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito da USP entregou a ele o diploma e o colar do grau de “Comendador da Honorifica Ordem Acadêmica de São Francisco”. Depois, em 22 de junho de 1961, em sessão realizada na Câmara Municipal de São Paulo, recebe o título de “Cidadão Paulistano”, sendo saudado pelo plenário, pelas iniciativas no setor da exibição cinematográfica, ressaltando a introdução da 3ª Dimensão, Cinemascope e Cinerama. Em 16 de agosto de 1962, recebe mais uma homenagem. É condecorado com a “Medalha Imperatriz Leopoldina”, conferida pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Paulo Sá recebendo o título de “Cidadão Paulistano” (Folha da Manhã, 23/06/61)
Em 25 de maio de 1966, às 21 horas, Paulo Sá inaugura o cine Ouro, no Largo do Paissandu, com uma sessão de gala do filme “O Colecionador”, do diretor William Wyler (Ben Hur). O cinema era todo decorado no estilo colonial brasileiro e possuía cópias em gesso das obras de Aleijadinho. Uma delas era uma réplica do frontal do altar-mor da Igreja de São Francisco em Ouro Preto, Minas Gerais (cedida pela Faculdade de Arquitetura de Minas Gerais, com autorização do Patrimônio Histórico Nacional). Nas sessões, antes do filme começar, o expectador tinha audições ao vivo de piano. O cine Ouro era considerado uma das salas mais luxuosas do país.
Nos anos 70, Paulo Sá foi um dos poucos empresários dispostos a abrir novas salas de cinema na capital de São Paulo. Enquanto outras empresas fechavam cinemas ou dividiam salas grandes em duas pequenas, ele preferia manter uma posição que havia adotado como regra para o seu negócio: bons filmes em salas confortáveis. Inaugurou os cines Del Rey (reinauguração, antigo cine Radar), Bristol (decorado em estilo inglês medieval) e Liberty (decorado em estilo baseado em museus da Europa). Podemos, também, citar a inauguração do cine Paulistano em 20/03/1969.
Em 1971, Paulo Sá declarou em entrevista para o jornal “Folha de S. Paulo”:
“Abri muitas salas. Em compensação, tive de fechar outras. (...) O fato de ter inaugurado vários cinemas, em poucos anos, não significa nada. É a marcha do progresso. Dentro do seu setor, o empresário progride ou morre. Prefiro progredir, mesmo que isso custe grandes esforços e muito dinheiro.”
“Hoje em dia eu não posso afirmar em quanto tempo uma sala como o Bristol ou o Liberty, pode arrecadar somas que a empresa aplicou em equipamentos e decorações. São salas de alto gabarito. (...) Nem sei se vou recuperar o dinheiro aplicado nas salas. Ou se, um dia, terei de fechá-las.”
Pouco tempo antes de falecer, Paulo Sá Pinto, já com a saúde debilitada, ainda comandava suas empresas, que administravam uma rede com mais de 60 cinemas espalhados em sete capitais (só em São Paulo, 40 salas), tendo como sócios, os irmãos Magalhães Rodrigues e Francisco José Lucas Neto. Além disso, era sócio de vários outros empreendimentos e da distribuidora Art filmes. Despachava em seu gabinete na Avenida São João, com sua fiel secretária, dona Lourdes Peixoto, que o acompanhou por mais de 30 anos.
Paulo Sá Pinto faleceu em 24 de janeiro de 1991, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, vítima de insuficiência respiratória, ocasionada por problemas no pulmão.
Fontes de pesquisa: Jornais Folha de S. Paulo, 25/05/1966 - 21/04/1971 e Folha da Manhã, 15/12/1957 e 23/06/1961.
Texto publicado em 04/09/2009 e atualizado em 11/05/2010.
Depoimento:
Christine Sá Pinto (Sobrinha do Sr. Paulo Sá Pinto)
Adega La Pipa - Rua Canário, 810 - Moema - São Paulo - SP - Twitter: adegalapipa
"Paulo Barreto de Sá Pinto era irmão do meu pai, Dr. Antonio Barreto de Sá Pinto. Desde pequenina, adorava ir à Empresa Sul e Paulista (Av. São João). Meu pai trabalhava com meu tio Paulo e viajava muito com ele, levando junto, desde pequeno, o meu irmão Eduardo (tínhamos permanente). Quando mocinha cheguei a trabalhar na Empresa e sempre tive orgulho de dizer aos meus amigos, quem era meu tio."

"Paulo Sá Pinto sendo recebido pelo irmão Dr. Antonio Barreto de Sá Pinto e o sobrinho Eduardo (ao lado esquerdo do Sr. Paulo, Primo Carbonari)."
"Cinemas Comodoro, Marabá, Ipiranga, Bristol, Liberty e o cine Ouro (meus pais iam sempre ver as obras... eram lindos!)."

"Meus pais, Antonio e Laurinda Barreto de Sá Pinto e o meu irmão Eduardo, estavam muito elegantes na inauguração do cine Ouro."

"Meus pais sendo recebidos na inauguração do cine Ouro."

"Dr. Antonio B. de Sá Pinto discursando para o irmão Paulo." (na parede, um cartaz de um filme em "Cinerama")
"Lembro-me muito do Primo Carbonari. Ele foi ao meu casamento (acreditem!). Quando pequena, todo final de ano, ganhava bonecas dele (bonecas que falavam!). Chegamos a visitá-lo em sua casa."
"Casei em 1987 e, mesmo assim, o meu tio Paulo mandava permanentes de cinema para mim. Ele era muito bonzinho. Hoje não vou mais ao cinema. Muito raro."
Leia este depoimento na íntegra em "Comentários".
Fotos cedidas por Christine Sá Pinto.
Clique nas imagens para ampliá-las.

O cine Comodoro Cinerama

Por Antonio Ricardo Soriano

A inauguração

 A frente do cinema no dia da solenidade de inauguração (Folha da Manhã, 15/08/59)

O cine Comodoro funcionava na Avenida São João, 1462, no centro da capital. A cerimônia de inauguração do cinema foi realizada, às 14 horas, do dia 14 de Agosto de 1959 e foi divulgada no jornal Folha da Manhã, de 15/08/1959. Teve a presença da Banda de Música da Força Pública, com uniforme especial. Uma viatura do Corpo de Bombeiros, na sessão noturna, levou refletores e segurança. Cordões de isolamento demarcaram, em frente ao cinema, um corredor para os carros que traziam convidados especiais e praças das Forças Armadas perfilavam-se nos dois lados da porta de entrada. Havia-se anunciado a presença do Presidente da República, mas ele não compareceu.


Anúncio de inauguração do cine Comodoro (Folha da Manhã, 15/08/1959)

Artigo do jornal Folha da Manhã, de 19/08/1959:

Isto é Cinerama

Com duas sessões especiais, uma dedicada a critica falada e escrita de São Paulo e Rio, outra, de gala, na noite de sexta-feira última, inaugurou-se nesta capital, o Cinerama, processo óptico e eletrônico a constituir-se em novo espetáculo cinematográfico, surgido logo após a última guerra e há anos funcionando, com grande êxito, nas principais cidades de muitos países do mundo. Na capital paulista, construiu-se uma sala funcional, destinada a comportar a complexa aparelhagem do Cinerama, os seus três enormes projetores, dispostos em meio arco, a convergir, simultaneamente, o tríplice feixe luminoso na ampla tela convexa e metálica do palco, seus amplificadores e alto-falantes colocados por toda a sala, de forma a proporcionar a audição de planos de som, em alta fidelidade, o chamado 'som estereofônico' ou 'som em relevo'. A sala do Cinerama, o cine Comodoro, está instalada na Av. São João e possui todos os últimos aperfeiçoamentos do processo e de seus sistemas de som, tudo disposto em arquitetura sóbria e decoração simplíssima. Embora não muito grande, a sala do Comodoro é confortável, de ambiente agradável.

A sessão inaugural iniciou-se com a apresentação de uma síntese da história do cinema, contada pela imagem comum, em branco e preto, e pela voz de Lowell Thomasantigo colaborador de Fred Wallero inventor do Cinerama, falecido há pouco tempo. Essa apresentação, por sinal, foi o lado lamentável do espetáculo, eis que nessa falsa 'história do cinema' se menciona o nome e a ação de todos os inventores norte-americanos e ingleses que colaboraram na descoberta e no aperfeiçoamento do cinema, sendo, entretanto, esquecida a contribuição francesa, com a omissão dos nomes e dos inventos de seus pesquisadores, Joseph Plateau, o 'fuzil fotográfico' de Marey, antecedendo o seu aparelho 'cronofotográfico', Georges Demeny, o 'teatro óptico' de Reynaud, até chegar-se ao 'cinématographe' dos irmãos Lumière, os verdadeiros inventores da câmara cinematográfica, com a sua estrutura mecânica e física até hoje a funcionar na criação do espetáculo cinematográfico. Isso tudo foi esquecido nessa 'história do cinema' parcial, que torna antipática e suspeita a apresentação do Cinerama, o que é pena, realmente, pois as conquistas do espírito humano, depois de postas ao alcance do domínio público, não pertencem a ninguém, nem conhecem fronteiras, são apenas peças do patrimônio de toda a humanidade.

Quanto ao espetáculo proporcionado pelo Cinerama, não há dúvida, é uma curiosa e fascinante apresentação audiovisual, mas a prescindir da linguagem e da estética do cinema. Não proporciona ainda, a técnica do Cinerama, uma visão plenamente realizada dos aspectos do mundo, dadas certas imperfeições na junção das imagens e no sincronismo dos três projetores, coisa, aliás, a não se constituir em defeito intolerável e que, possivelmente, possa a vir desaparecer com aperfeiçoamentos futuros. Algumas sequencias de Isto é Cinerama, contudo, se apresentam revestidas de inegável beleza e, por vezes, de impressionante realismo. Assim é na sequência da montanha russa, na do passeio em gôndola pelos canais de Veneza, ou em barco nos lagos da Flórida, isto é, quando há movimento intenso na estrutura da imagem. Já nas cenas estáticas - a opera no 'Scala' de Milão, o coro dos 'Meninos Cantores de Viena', ou numa catedral norte-americana - a impressão do relevo é menos real e a junção defeituosa das três imagens se salienta um pouco mais. De qualquer forma, aí está um espetáculo curioso, que só a audácia de um homem de muita visão, o Sr. Paulo Sá Pinto, traria para São Paulo, no lastro de outras realizações suas, como as das salas de alto luxo, por exemplo, Rivoli e Olido, recentemente inauguradas. - B. J. Duarte

A Empresa Cinematográfica Comodoro, trouxe o sistema *Cinerama para o Brasil e, através de um contrato, teve dois anos de exclusividade para exibi-lo. O cinema foi construído especialmente para receber o Cinerama e de baixo de sua marquise havia o letreiro 'sistema que revolucionou o mundo das diversões'.

As três cabines de projeção do sistema Cinerama original 

Interior do cinema na época de sua inauguração

O fundador: Paulo Sá Pinto (1912-1991)

Paulo Barreto de Sá Pinto foi um dos maiores empresários da história da exibição cinematográfica no Brasil.

Paulo Sá Pinto (Folha da Manhã - 11/07/62)

Mineiro da cidade de Santos Dumont, Paulo Sá Pinto veio ainda criança para o Rio de Janeiro e seu primeiro emprego foi como conferente de alfândega, no Cais do Porto. Depois se transferiu para Porto Alegre, onde teria trabalhado em publicidade e começado a se interessar pela área de exibição. Seria, entretanto, em São Paulo, que fundaria a Empresa Cinematográfica Paulista, cujo os primeiros cinemas construídos foram o Ritz (1943) e o Marabá (1945). No final dos anos 40, expandiu o seu 'circuito de cinemas' para Porto Alegre e Curitiba, fundando a Empresa Cinematográfica Sul.

Foi ele, o primeiro a exibir *Cinemascope no Brasil, lançando O Manto Sagrado no cine República(onde instalou uma tela gigantesca), em 22 de fevereiro de 1954, quando comemorava seus 42 anos e São Paulo sediava um Festival Internacional de Cinema, dentro das comemorações de seu 4º centenário. Foi, também, no cine República que Paulo Sá Pinto instalou a maior tela da América Latina, em 1955.

Ele sempre foi inovador. Ao ver em Nova York um filme em Cinerama, This Is Cinerama (1952), decidiu instalar o sistema em uma de suas salas, o Comodoro, fazendo de São Paulo, a única cidade brasileira que realmente assistiu ao Cinerama legítimo, com três projetores trabalhando simultaneamente. Quando inaugurou o cine Olido, em dezembro de 1959, em São Paulo, com Tarde Demais para Esquecer, levou uma orquestra sinfônica para apresentar o clássico tema 'An Affair To Remember'.

Pouco tempo antes de falecer, Paulo Sá Pinto, já gravemente doente, ainda comandava suas empresas, que administravam uma rede de mais 60 cinemas espalhados em sete capitais (só em São Paulo, 40 salas), tendo como sócios, os irmãos Magalhães Rodrigues e Francisco José Lucas Neto. Além disso, era sócio de vários outros empreendimentos e da distribuidora Art filmes. Despachava em seu gabinete na Avenida São João, com sua fiel secretária, dona Lourdes Peixoto, que o acompanhou por mais de 30 anos.

Paulo Sá Pinto faleceu em 24 de janeiro de 1991, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, vítima de insuficiência respiratória, ocasionada por problemas no pulmão.

Exibições especiais

A 1ª Exibição

Isto é Cinerama (This Is Cinerama, EUA, 1952) foi o primeiro filme exibido e lotou os 1400 lugares do cinema (incluindo platéia e balcão).

O professor João Luiz Vieira descreve esta exibição em seu texto 'Não dá para esquecer o impacto que era entrar no cinema':

“Os espectadores iam enchendo a sala aos poucos e, em seguida, as luzes começavam a diminuir enquanto que as cortinas se abriam o suficiente para mostrar uma imagem quadrada, correspondente ao tamanho dos 35 mm. normal. Na tela, em preto e branco, aparecia um documentário, apresentado por Lowell Thomas, produtor do espetáculo, que fazia um breve histórico cronológico e evolutivo das imagens em movimento, indo até a pré-história e o homem da caverna até, claro, o Cinerama, a 'maior conquista do homem', etc. Mostrava as câmeras, descrevia o processo de filmagem até que finalmente anunciava a novidade aos espectadores: ‘...e agora, senhoras e senhores... vamos ao Cinerama!’ conclamando a platéia e inscrevendo-a diretamente dentro do espetáculo. Aí, já colorida, surgia a imagem do trenzinho subindo uma célebre montanha russa de Coney Island, no Brooklyn, imagem que se formava aos poucos, diante de nossos olhos maravilhados, exatamente sincronizada com as cortinas que, então, se abriam completamente”.

Pôster americano do filme Isto é Cinerama

“Quando o trenzinho chegava à parte mais alta da estrutura da montanha russa, a imagem estava completa e a tela curva completamente aberta com os três projetores em ação. Começava a queda vertiginosa do trenzinho ao mesmo tempo em que, por toda a sala, o som estereofônico se abria, num  envolvimento com o espetáculo absolutamente inédito até então. Era uma sensação física, os espectadores se agarravam nos braços das poltronas. Você, digamos, estava 'dentro do espetáculo' e dele fazia parte, como a publicidade não cansava de enfatizar”.

“Dá para imaginar o impacto provocado por toda essa tecnologia, principalmente aos olhos de um garoto de dez anos de idade, quando tudo sempre parece ainda maior? Todas as sessões tinham prólogo, intervalo e, no final, com as cortinas já fechadas, ainda apresentavam uma 'música de saída' que acompanhava os espectadores no esvaziamento da sala. Era um ritual de verdade, incluindo os espectadores, em geral, bem arrumados”.

Outras exibições especiais

Infelizmente, o filme A Conquista do Oeste (How the West Was Won - 1962), único filme de longa-metragem rodado no sistema Cinerama original, não foi exibido no Comodoro. Estreou, no cine Metro, em 08/07/1965 (informação, gentilmente, cedida pelo colaborador João Carlos Reis Pinto), enquanto que no Comodoro era reprisado, novamente, Cinerama em Busca do Paraíso.

João Luiz Vieira, também, descreve em seu texto, outras exibições especiais no Comodoro:

"Foram exibidos e muito reprisados, entre 1959 e 1965, os filmes produzidos no processo Cinerama original":
Cinerama Holiday (1955) - Estreia em 25/11/1960
As Sete Maravilhas do Mundo (Seven Wonders of the World, 1956) - Estreia em 09/03/1960
Cinerama em Busca do Paraíso (Search For Paradise, 1957) - Estreia em 18/05/1961
Aventuras nos Mares do Sul (South Seas Adventure, 1958) - Estreia em 31/10/1961
Velas ao Vento (Windjammer, 1958) - Estreia em 23/03/1963

"Pelos títulos, dá bem para imaginar o que eram esse filmes de viagens. Depois, o formato se esgotou, não tinham mais filmes e, em 1966, o cinema foi reformado para exibir, em sua mesma tela gigantesca e curva, películas em 70 mm. (no princípio ainda mantendo o nome de Super-Cinerama), sem emendas, com um único projetor. Foi reinaugurado, em 20/08/1966, com o filme Uma Batalha no Inferno (Battle of the Bulge, 1965). Continuei assistindo ali a filmes exibidos ainda com exclusividade, em Super Cinerama, como Khartoum - A Batalha do Nilo (Khartoum, 1966), Nas Trilhas da Aventura (The Hallelujah Trail, 1965), Krakatoa - o Inferno de Java (Krakatoa East of Java, 1969), além de versões ampliadas, de 35 mm. para 70 mm., como Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, 1956), por exemplo, entre muitos outros".

Frente do cine Comodoro na estréia do filme Terremoto

Em 1974, houve uma exibição que causou muita repercussão. O filme Terremoto (Earthquake) foi exibido com um sistema de som diferente, chamado 'Sensurround'. Tratava-se de um esquema especial de alto-falantes de baixa freqüência que era emprestado pelo distribuidor do filme. O sistema, que pode ser considerado o 'avô do sub-woofer', era tão poderoso, que provocou tremores no prédio onde se localizava o cinema e gerou reclamações dos moradores. O sistema só era usado nas cenas em que o terremoto estava acontecendo. Terremoto foi exibido exclusivamente no Comodoro e ficou em cartaz por quase 10 meses.

Em 1992, o fã-clube Frota Estelar Brasil, em parceria com a Paramount Pictures do Brasil, 'fechou' o Comodoro para a pré-estréia do filme Jornada nas Estrelas VI – A Terra Desconhecida. Lá estiveram cerca de mil fãs devidamente uniformizados e fantasiados.

A projeção e a tela

Comodoro foi construído com o que havia de melhor nos quesitos projeção e tela. A tela media 20 metros de comprimento por 7 de altura, com 146 graus de curvatura, em função do processo de projeções simultâneas do sistema Cinerama. Formada por um conjunto de inúmeras tiras de náilon, a tela ficava atrás de uma enorme cortina vermelha.

O cineasta Kleber Mendonça Filho descreve a impressão que se tinha ao ver o formato e o tamanho da tela, em seu texto 'Comodoro visitado antes do incêndio':

"... impossível não babar ao olhar para a cortina vermelha em camadas, fechada. A tela era mesmo tão curva, teria que olhar para trás, por cima dos ombros, para ver as pontas da tela, esquerda e direita. Você sentia-se cercado pela tela de cinema".

A tela do Comodoro e sua enorme cortina (Livro "Salas de Cinema de São Paulo")

Para a exibição dos filmes em Cinerama, o Comodoro era equipado com três projetores americanos de 35 mm. da marca Century (com lanternas Ashcraft Suprex) e mais um projetor de 35 mm. da marca Simplex (modelo E7) só para exibição de jornais e documentários nacionais (naquela época havia uma lei que obrigava os proprietários de cinema a exibi-los).

Ilustração de uma sala de projeção Cinerama

Os três projetores Century (cada um projetava em 1/3 da tela, para dar o efeito do Cinerama), depois de alguns anos, foram substituídos por dois fantásticos aparelhos da marca italiana Cinemecanica (modelo Vitória 10) que eram junto com os da marca Philips, os melhores projetores cinematográficos. Estes dois projetores exibiam em bitola de 70 mm. ou 35 mm.

O som

O som do Comodoro era simplesmente o que de melhor existia no mercado cinematográfico de exibição. Eram amplificadores Dolby Stereo (modelo CT 100).

Interior do Comodoro ainda em construção (Folha da Tarde, 28/07/59)

As caixas-acústicas, visíveis na foto, davam a impressão que eram enormes, mas na verdade eram alto-falantes (Altec 515) de 15 polegadas com 35 watts, somente. As sete caixas-acústicas, fixadas atrás da tela de projeção, tinham as laterais feitas com enormes chapas lisas de compensado, que aproveitavam a ressonância da caixa e com isso emitiam som de baixa freqüência, pois naquela época não existiam equipamentos para sub-woofer.

Em 25 de dezembro de 1985 é inaugurado o então mais moderno sistema de som Dolby Stereo do país, com o filme De Volta Para o Futuro.

A primeira reforma

A reforma iniciou-se em 03/09/1979 e o cinema ficou fechado por cerca de 90 dias, sob supervisão do arquiteto Ricardo Gresbach, que mexeu com tudo.

"Só vai ficar as paredes", anunciou o supervisor da CIC (Cinema International Corporation), Mariano Souto, empresa que administrava o cinema. Disse que, a falta de ar condicionado, o péssimo estado do piso e o estado lamentável dos banheiros, determinaram as obras, que absorveram 10 milhões de cruzeiros.

Mariano Souto anunciou, também, que a reforma previa revestimentos internos em gesso, novas poltronas, seis banheiros reformados, troca dos equipamentos de som e novas cortinas.

A reabetura foi no dia do Natal de 1979, com a exibição do filme O Sargento Pepper e Sua Banda (Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band).

De 70 mm. para 35 mm.

Em 1991, o Comodoro já projetava filmes em 35 mm. (cópia normal) e, após intervenção judicial, teve que modificar os escritos de 70 mm. da fachada. A projeção ocupava somente metade de sua grande tela, mas o som ainda continuava excelente. Uma das grandes produções exibidas neste período foi o filme Os Intocáveis, de Brian De Palma.

Mesmo assim, diante de tanto declínio, o gerente do Comodoro parecia ser um apaixonado pelo cinema, pois passou a fechar, novamente, as enormes cortinas que cobriam a tela e somente abri-las no início da exibição. Por um longo período, este 'culto' havia-se esquecido.

O fim do Comodoro

O jornal Folha de S. Paulo publicou em 24 de março de 1997:

Centro de São Paulo se despede de mais uma sala de cinema.
O tradicional Comodoro encerrou suas atividades ontem.

O cinema Comodoro, tradicional sala de projeção do centro da cidade, acaba de ser fechado. Ontem foi seu último dia de atividades. “Recebi ordens para fechar a sala no domingo, mas não sei o que aconteceu”, disse Roberto Antunes, coordenador da distribuidora de filmes Cinema International Corporation (CIC), em São Paulo.

Fachada do cinema em seu último dia de exibições (Veja São Paulo - 02/04/1997)

O incêndio

O jornal Agora publicou em 26 de agosto de 2000:

Fogo destrói antigo cinema Comodoro
Por Andréa Martins
O incêndio durou cerca de uma hora e pode ter sido causado por problemas na rede elétrica do cinema, disse o coronel Marques, do Corpo de Bombeiros do Cambuci.

Parte de trás do Comodoro (onde ficava a tela e platéia) em chamas

O fogo começou por volta das 19h15 de ontem nos fundos do cinema da avenida São João (região central), desativado desde março de 1997.

Ao todo, 21 carros do Corpo de Bombeiros e 90 homens participaram da operação. Segundo o coronel, toda a parte interna do cinema e o telhado foram destruídos. Ninguém ficou ferido.

Moradores dos blocos A e B do edifício Lucerna, que ficam em cima do cinema, disseram que desde o início da semana havia movimentação de pessoas fazendo limpeza no local. Segundo uma mulher, que não quis se identificar, o cinema foi comprado há dois anos pelos proprietários do Bingo Avenida São João, em frente ao cinema. Ela disse que o local foi invadido várias vezes por mendigos. 

Funcionários do bingo afirmaram que não havia nenhum responsável pelo estabelecimento no local.

Outros moradores do edifício disseram ter ouvido barulho de explosão. “Ouvi vários estampidos e barulho de vidros se quebrando”, afirmou o advogado João Ferreira, 60 anos, morador do prédio há dois anos.

Cada bloco do edifício tem 58 apartamentos. Muitos ficaram alagados com a ação dos bombeiros. “Minha casa ficou inundada”, contou Jéssica Emanuele, de 20 anos, moradora do 13º andar.

Mais fotos e informações do Comodoro no "Banco de Dados" do Blog.

* Cinerama - Para maiores informações sobre o Cinerama, acesse neste blog, os textos 'Maravilhas do Cinerama' e 'Não dá para esquecer o impacto que era entrar no cinema', de João Luiz Vieira ou clique aqui.

* Cinemascope - Lentes anamórficas são lentes que conseguem filmar uma cena panorâmica sem ter de mudar o tamanho do quadro. Utilizando-se lentes semelhantes no projetor, a imagem comprimida (estreitada para caber no quadro) é ampliada até a proporção 2.35:1, formando uma cena cuja largura é mais do que o dobro da altura. O coeficiente entre altura e largura de um filme normal, seja 8 mm., 16 mm. ou 35 mm., é de 1.33:1. A primeira utilização comercial dessas lentes se deu no início da década de 60, quando os técnicos da Fox desenvolveram o processo widescreen, empregando as lentes anamórficas inventadas, em 1927, por Henri Chrétien. O processo foi batizado de Cinemascope.

Texto atualizado em 20/08/2018

ESTE TEXTO PODERÁ SER REPUBLICADO À MEDIDA QUE SURGIREM NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE O CINE COMODORO.

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BIBLIOGRAFIA DO SITE

PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA

1. Arquivos institucionais e privados

Bibliotecas da Cinemateca Brasileira, FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Mackenzie.

2. Principais publicações

Acervo digital dos jornais Correio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.

Acervo digital dos periódicos A Cigarra, Cine-Reporter e Cinearte.

Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.

Periódico Acrópole (1938 a 1971)

Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981

Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990

Site Novo Milênio, de Santos - SP
www.novomilenio.inf.br/santos

FONTES DE IMAGEM

Periódico Acrópole - Fotógrafos: José Moscardi, Leon Liberman, P. C. Scheier e Zanella.

Fotos exclusivas com publicação autorizada no site dos acervos particulares de Joel La Laina Sene, Caio Quintino,
Luiz Carlos Pereira da Silva e Ivany Cury.

PRINCIPAIS COLABORADORES

Luiz Carlos Pereira da Silva e João Luiz Vieira.

OUTRAS FONTES: INDICADAS NAS POSTAGENS.