Cinesala: o tradicional cinema de rua do bairro de Pinheiros

Por Antonio Ricardo Soriano

No mesmo endereço do Cinesala (Rua Fradique Coutinho, 361), funcionava o cine Fiammetta, inaugurado em 12/07/1962, com o slogan "O CINEMA ELEGANTE DE S.PAULO". O primeiro filme exibido é "Esse Rio Que Eu Amo", com direção de Carlos Hugo Christensen, roteiro de Millôr Fernandes e, no elenco, Jardel Filho, Odete Lara e Tônia Carrero.



25 anos depois de sua inauguração, o cinema é arrendado pela
Cia. Cinematográfica Franco-Brasileira, que o reinaugurava em 27/12/1987, com o nome Studio ABC e o slogan
"SEMPRE OS MELHORES FILMES".

O cinema passou a exibir filmes clássicos como "Quanto Mais Quente Melhor" (de Billy Wilder), "A Viúva Alegre" (de Ernst Lubitsch), "Uma Noite na Ópera" (dos Irmãos Marx) e "Casablanca" (de Michael Curtiz). A ideia do proprietário e exibidor Roberto Valansi era conquistar um novo público e transformar o espaço em ponto de encontro dos cinéfilos. O Studio ABC ganhou nova pintura e poltronas.
O ambiente era simples, mas agradável, bem no gênero "cineclube".


Em junho de 1988, a Cinemateca Brasileira arrenda o cinema ao preço equivalente a 20% da bilheteria ou aluguel mínimo de Cz$ 100 mil (reajustável semestralmente). Passou a ser um espaço próprio que há anos era almejado, para que a Cinemateca pudesse estender suas atividades, tradicionalmente restrita aos campos da pesquisa, preservação e restauração de filmes.

O cinema passa por uma grande reforma, patrocinada pelo antigo Banco Nacional, já que as instalações do antigo cine Fiammetta estavam bem danificadas, incluindo sérios problemas de refrigeração e no telhado. O projeto de restauro, do arquiteto Walter Ono, recuperou as características originais do edifício, próprias do estilo dos anos de 1960, como colunas revestidas de vidrotil e paredes com tijolos de vidro. Os projetores foram trocados e adaptados para filmes mudos, com a inclusão de uma cabine para tradução simultânea. No saguão de entrada, cafeteria e livraria, além de monitores de vídeo, que exibiam imagens raras do acervo da Cinemateca, e um gongo para avisar o início das projeções, como nos antigos cinemas.

O então diretor executivo Carlos Augusto Calil afirmou na época:
"A Cinemateca não teria como viabilizar a reforma do antigo cine Fiammetta caso dependesse de financiamento público". E disse mais: "Se depender de recursos governamentais, a Cinemateca paralisa suas atividades".



Com a abertura da sala, a Cinemateca Brasileira dava mais um passo rumo ao efetivo cumprimento de sua missão, nas palavras de seu sócio-fundador Paulo Emilio Salles Gomes (1916-1977): "Transformar a cidade de São Paulo no principal centro de irradiação da cultura cinematográfica do Continente".

A inauguração da Sala Cinemateca, em 10/03/1989, coincidiu com o 40º aniversário da sessão inaugural (em 10/03/1949) da Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, acervo de filmes do Clube de Cinema de São Paulo, futura Cinemateca Brasileira, fundado em 1940. O filme inaugural da Sala Cinemateca é o mesmo da inauguração da Filmoteca do MAM: o clássico mudo
"A Paixão de Joana D'Arc/La Passion de Jeanne D'Arc" (França, 1928), do dinamarquês Carl Theodor Dreyer, só que desta vez uma versão restaurada pelo Danske Filmmuseum, a cinemateca dinamarquesa. 



A Sala Cinemateca exibe na primeira semana, uma mostra inaugural de cerca de 60 filmes raros e inéditos, entre eles:
"Sodoma e Gomorra" (Inglaterra, 1922), de Michael Curtiz - cópia restaurada em 1987 pelo Ostereiches Filmarchiv, a cinemateca austríaca; a primeira exibição de "Fronteira das Almas" (Brasil, 1989), de Hermano Penna; a pré-estreia de "Mississipi em Chamas"
(EUA, 1988), de Alan Parker; e a estreia nacional de "Corações em Luta" (Alemanha, 1920), de Fritz Lang - considerado perdido, até que em 1986, teve uma cópia identificada nos arquivos da
Cinemateca Brasileira.

Nos anos de 1990, a sala se torna um tradicional ponto de encontro de cinéfilos interessados em assistir os clássicos do cinema e filmes alternativos, com a opção de serem sócios da Sociedade Amigos da Cinemateca, criada para apoiar a Fundação Cinemateca Brasileira.
A Sala Cinemateca encerra suas atividades, neste endereço, em 21 de agosto de 1997, com a Mostra 'Homenagem aos 25 anos do Festival de Cinema de Gramado'. As sessões passam à ser exibidas na nova sede da Cinemateca Brasileira, no Largo Sen. Raul Cardoso, 207 (Vila Clementino), em 5 de novembro de 1997.

O antigo cinema fica fechado até outubro de 1999, quando passa a ter novos administradores, Leon Cakoff, o então diretor da
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e Adhemar Oliveira, do Espaço Itaú de Cinema. Com a ajuda financeira de uma empresa patrocinadora, o espaço é inteiramente reformado e reinaugurado em 21/01/2000, como Sala UOL de Cinema. A nova sala, com 303 lugares, recebe tecnologia digital, novo sistema de ar condicionado, acesso para deficientes, poltronas para obesos, café com três terminais de acesso grátis à Internet e uma uisqueria.
A programação da sala começa com a 'Mostra Verão', com filmes que foram sucesso de público na Mostra Internacional de Cinema de 1999, e a 'Sessão das Onze', com clássicos e pré-estreias.



Em 2007, com os recursos de uma nova empresa patrocinadora, o cinema ganha nova tela e poltronas, som e projeção digital.
A partir de 19/10/2007, passa a chamar-se IG Cine, agora, com 271 lugares. Inicia sua programação exibindo filmes da
31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Sem patrocínio, a sala é reinaugurada, em 04/07/2009, com o nome provisório de Cinema da Vila. No ano seguinte, uma nova empresa passa a ajudar a preservar este tradicional 'cinema de rua', um dos últimos 'cinemas de bairro' da cidade de São Paulo, que passa a chamar-se Cine Sabesp, com sessão solene para convidados em 16/06/2010.




Adhemar Oliveira, um dos sócios do Circuito Cinearte, rede de cinemas proprietária do Cine Sabesp, declara na época da reinauguração: "ao assinar o patrocínio da tradicional sala de cinema da Rua Fradique Coutinho, a Sabesp reafirma o compromisso com a qualidade de vida da população paulistana e com a produção cultural do cinema, área em que é uma das maiores fomentadoras". Disse mais: "Cada sala de cinema de rua preservada é uma garantia de preservação urbana, ao mesmo tempo em que contribui para a diversidade cultural de nossa gente". Disse também: "Apesar de ser um cinema de rua, com uma só sala, que vai à contramão, temos um público fiel de moradores do bairro e de frequentadores da Vila Madalena".



Em agosto de 2014, o cinema é mais uma vez reformado e modernizado, passando a chamar-se Cinesala Sabesp. Trata-se do primeiro espaço do projeto 'Cinesala', criado pelas empresas Raí+Velasco e Cinearte, que tem como objetivo desenvolver cinemas especiais.

Nesta última reforma, foram recuperados e preservados detalhes da arquitetura original do cine Fiammetta de 1962, como colunas revestidas de pastilhas de vidro e paredes de tijolos de vidro. Na decoração, móveis projetados pelo arquiteto Ruy Ohtake e pelo designer Zanine Caldas. Como novidades, uma sorveteria no hall de entrada e, na primeira fileira da plateia, sofás para duas pessoas.

Cinesala Sabesp tem como sócios: Adhemar Oliveira (do Espaço Itaú de Cinema e Cinearte), Paulo Velasco, Raí Oliveira (ex-jogador de futebol) e Rodrigo Makray.

Em 2015, a Sabesp desiste do patrocínio e o cinema é rebatizado como Cinesala.








Cinesala
Endereço: Rua Fradique Coutinho, 361 - Pinheiros
Telefone: (11) 5096.0585
Exibidor: Circuito Cinearte
Capacidade: 271 lugares
Projeção: digital e 35 mm.
Som: Dolby Digital
Com ar-condicionado, bilheteria informatizada e acesso para deficientes.





Principais fontes de pesquisa:
Artigo "Os 40 anos da Cinemateca, no novo Studio ABC", de Luíza Lusvarghi (Jornal "O Estado de S.Paulo", 10/03/1989).
Artigo "Cinemateca abre nova sala com o filme "A Paixão de Joana D'Arc", de Amir Labaki (Jornal "Folha de S.Paulo", 10/03/1989).
Colaboração de Luiz Carlos P. da Silva. 

O cinema e a cidade a interatuar

Trajetórias cruzadas entre a exibição cinematográfica e a transformação dos modos de vida em São Paulo

Por Ana Carolina Louback LopesCentro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra, Portugal 



Este artigo busca explorar as relações entre a atividade de exibição cinematográfica e as dinâmicas de transformação dos modos de vida na cidade de São Paulo. 

A partir de uma abordagem historiográfica, são delineados diferentes contextos de interação entre o consumo de cinema e os hábitos urbanos na cidade, em um percurso cronológico que tem como destino, e propósito, o debate acerca da virtualização dos modos de vida nas metrópoles contemporâneas, contexto particularmente acentuado pela pandemia do Covid-19. 

Para tanto, o texto constrói-se em três momentos: 

No primeiro, explora a participação das salas de cinema na modelagem da São Paulo moderna, em um processo que desemboca na ascensão tanto da atividade exibidora, quanto das próprias condições de urbanidade. 

O segundo momento contempla um período de reconfiguração do circuito de exibição, que passa de definidor da cidade a ser então definido por ela, ambos pautados por uma tendência de privatização da vida urbana. 

O terceiro momento, ainda em curso, remete finalmente à consolidação do ambiente digital e às novas perspectivas que dele derivam, tanto para o cinema, quanto para a cidade. 

Em um cenário de inevitável impacto frente à virtualização dos hábitos de vida urbanos, emergem questões fundamentais aos estudos urbanos contemporâneos, dentre as quais destaca-se particularmente uma: as relações entre as atuais práticas de consumo cinematográfico e o esvaziamento do espaço público das grandes cidades.

Acesse o artigo completo: 

https://revistas.rcaap.pt/cct/article/view/21202

https://journals.openedition.org/cidades/3216

Documentário SALAS DOS SONHOS

Pesquisa, roteiro, produção e direção geral : Paulo Wences Duarte











COREALIZAÇÃO : Spcine - Prefeitura Municipal de São Paulo
PRODUÇÃO : Rezabrava Filmes
APRESENTAÇÃO : Naruna Costa

PESQUISA E ENTREVISTA HISTÓRICA : Máximo Barro (1930-2020)
ENTREVISTADOS CONVIDADOS : 
Antonio Ricardo Soriano
Carlos Cirne 
Celso Sabadin 
Gonçalo Júnior
João Batista de Andrade
João Luiz Vieira
Joel La Laina
Júlio Simões 
Marcelo Pestana 
Paula Freire Santoro
Ricardo Calil

ABERTURA, GRAPHICS E IDENTIDADE VISUAL : Sylvain Barré
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO : Gilmar Saints
CÂMERAS : Will Prado e Paulo Domingues
CONFORMAÇÃO DE EDIÇÃO : Gabriel da Silva Ferreira
CONSULTOR DE PESQUISA E ENTREVISTA (OUTTAKE) : 
Caetano Abbruzzini Netto
CORREÇÃO DE COR : Eduardo Felistoque
EDIÇÃO (PRIMEIRO CORTE) : Rach Morais e Paulo Sergio Domingues
FINALIZAÇÃO : Felistoque Filmes
IMAGENS DRONE : Alan Cássio Dantas
MAQUIAGEM E CABELO (Naruna Costa) : Alina Peixoto
MONTAGEM FINAL : Paulo Wences Duarte e Paulo Sergio Domingues
OPERAÇÃO E FINALIZAÇÃO DE SOM: Marcos Ventura
OPERADORES DE SOM (ADICIONAIS) : Raphael Balbino Coelho e Guilherme Carneiro
OPERADOR DE SOM E CAM ADICIONAL : Douglas Henrique da Silva
TEPROMPTER : Cia do TP - Operador Nicolas

DEPOIMENTOS NA CIDADE 
ENTREVISTADORA : Isadora Canela
CÂMERA : Will Prado
MOTORISTA : Gildo Eufrasio de Araújo
Depoimentos de Antonio Francisco de Melo, Dona Maria Pureza e 
Sr. Efrain
As pessoas não identificadas (parcialmente ou totalmente) desejaram manter sua privacidade e anonimato.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS PELO APOIO
CINE OLIDO - São Paulo Film Commission
PETRA BELAS ARTES - André Sturm e Carolina Alonso
CINESALA - Tuca Demary
CINE ART PALÁCIO - PMSP e Secretaria Municipal de Cultura
FAAP - FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO
Antonio Ricardo Soriano - Pelo apoio incondicional ao projeto e pelas imagens do acervo do blog.

AGRADECIMENTOS
Alexandre Kishimoto
CANAL BRASIL - Alexandre Cunha, André Saddy e Dagoberto Cadilhe 
Cristiano Filiciano - Assessoria de Imprensa da Sec. Mun. de Cultura
FELISTOQUE FILMES - Eduardo e Gab Felistoque, e Denise Castelhano
INSTITUTO MAZZAROPI - Arthur Girelli Ribeiro, Claudio Marques, Marcela Matos e Seiti Alencar
Mauricio Andrade Ramos
MESA2 PRODUÇÕES - Fernando Cardoso
NANA E NUNA PRODUÇÕES - Washington Gabriel
Renato Brandão
Renato Nery

AGREDECIMENTOS ESPECIAIS
Leticia Mendes, João Lucas Mendes Duarte, Família Carneiro, 
Sylvio Pereira Mendes, Maria das Graças Lima Duarte, Rita Lima e Malu Guerrero

IMAGENS ACERVOS
"Promos Premieres Mazzaropi" 
Acervo particular de Paulo Wences Duarte
"U.S. Office of Inter-American Affairs Film About São Paulo, Brazil"  
Footage provided by PublicDomainFootage.com
Todas as trilhas foram criadas e editadas com o uso de trilhas brancas.

Livro 'ABANDONED CINEMAS OF THE WORLD', do fotógrafo Simon Edelstein

O fotógrafo Simon Edelstein passou 12 anos viajando pelo mundo em busca de cinemas abandonados. Visitando cidades distantes em mais de 30 países, ele descobriu edifícios esquecidos cujas fachadas desgastadas pelo tempo ainda sugerem sua antiga glória.

Esses outrora orgulhosos palácios do cinema, definhando sob décadas de poeira, estão longe de seu papel clássico como imãs para as multidões de sábado à noite. Com seu foco habilidoso em suas fachadas, entradas e interiores envelhecidos, Edelstein traz esses cinemas - e suas esplêndidas histórias arqueológicas - de volta à vida.

O livro 'Abandoned Cinemas of the World' é uma homenagem às lembranças da época de ouro dos cinemas de todo o mundo, agora silenciosos, mas não esquecidos.

As fotos abaixo são um presente do fotógrafo Simon Edelstein para os leitores deste blog.

Dallas, Texas (USA)


Fresno, Califórnia (USA)

Garland, Texas (USA)

Liverpool (Inglaterra)

Fresno, Califórnia (USA)

Porterville, Califórnia (USA)

Audun-le-Tiche (França)

Delhi (Índia)

Los Angeles, Califórnia (USA)

Houston, Texas (USA)

Baytown, Texas (USA)

Lens (França)

Benares (Índia)

Bombaim (Índia)

Bombaim (Índia)

Jaipur (Índia)

Calcutta (Índia)

Edna, Texas (USA)

Lisboa (Portugal)

Langon (França)

Oran (Argélia)

Newark, Nova Jersey (USA)

Newark, Nova Jersey (USA)

Detroit, Michigan (USA)

Havana (Cuba)

Havana (Cuba)

Allahabad (Índia)

Charleroi (Bélgica)

Rome, Geórgia (USA)

Sa Pobla, Maiorca (Espanha)

Premont, Texas (USA)

Odessa, Texas (USA)

Yuba City, Califórnia (USA)

Porterville, Califórnia (USA)



Oi Antonio Ricardo,

Muito obrigado, seu blog é ótimo! Espero que todos que virem gostem das minhas fotos!
Confirmo que nenhuma das imagens figura no livro.

Obrigado novamente, tome cuidado,
Simon

12/02/2021

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BIBLIOGRAFIA DO SITE

PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA

1. Arquivos institucionais e privados

Bibliotecas da Cinemateca Brasileira, FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Mackenzie.

2. Principais publicações

Acervo digital dos jornais Correio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo.

Acervo digital dos periódicos A Cigarra, Cine-Reporter e Cinearte.

Site Arquivo Histórico de São Paulo - Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica na Cidade de São Paulo: 1895-1929, de José Inácio de Melo Souza.

Periódico Acrópole (1938 a 1971)

Livro Salões, Circos e Cinemas de São Paulo, de Vicente de Paula Araújo - Ed. Perspectiva - 1981

Livro Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Simões - PW/Secretaria Municipal de Cultura/Secretaria de Estado da Cultura - 1990

Site Novo Milênio, de Santos - SP
www.novomilenio.inf.br/santos

FONTES DE IMAGEM

Periódico Acrópole - Fotógrafos: José Moscardi, Leon Liberman, P. C. Scheier e Zanella.

Fotos exclusivas com publicação autorizada no site dos acervos particulares de Joel La Laina Sene, Caio Quintino,
Luiz Carlos Pereira da Silva e Ivany Cury.

PRINCIPAIS COLABORADORES

Luiz Carlos Pereira da Silva e João Luiz Vieira.

OUTRAS FONTES: INDICADAS NAS POSTAGENS.